Igor Francisco Chagas dos Santos, Matheus Marchesotti Dutra Ferraz, Maria das Graças Braga
{"title":"开始抗逆转录病毒治疗的艾滋病毒感染者初始病毒学失败个体的依从性——回顾性队列,巴西2017-2019年(初步数据)","authors":"Igor Francisco Chagas dos Santos, Matheus Marchesotti Dutra Ferraz, Maria das Graças Braga","doi":"10.1016/j.bjid.2023.102967","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Em 2017, o dolutegravir (DTG) passou a ser recomendado com associação com lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF) em dose fixa combinada como esquema inicial preferencial em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) iniciando a terapia antirretroviral (TARV). Considerando a crescente utilização do DTG, avaliar adesão à TARV é fundamental para alcançar a supressão viral e minimizar o surgimento de falha virológica (FV). O presente estudo objetiva-se avaliar a adesão em indivíduos iniciando a TARV com DTG e apresentaram FV confirmada pelo teste de genotipagem. Estudo de coorte retrospectiva utilizando informações obtidas pelo linkage entre bancos nacionais de dispensação de antirretrovirais e exames laboratoriais. Foram incluídos os indivíduos que iniciaram a TARV com esquemas contendo DTG e em algum momento do tratamento realizaram troca da TARV entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019, no Brasil. Dados sociodemográficos, clínicos e relacionados ao tratamento foram obtidos com base nos registros de dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde ao Grupo de pesquisa GEADIC. A adesão foi mensurada pela proporção de dias cobertos (PDC >80%) utilizando o cálculo CMA6 que permite mensurar o intervalo de dispensação de antirretrovirais pelo Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) em diferentes intervalos. Os dados laboratoriais de CD4+ e carga viral (CV) foram obtidos pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) e a FV confirmada pelo teste de genotipagem no Sistema de Controle de Exames de Genotipagem (Sisgeno). Foi utilizado o pareamento probabilístico entre os três bancos e a biblioteca Python FuzzyWuzzy para a deduplicação dos dados. As análises foram realizadas utilizando o software SPSS v.22. A amostra foi de 12.071 indivíduos, sendo 59,9% do sexo masculino, com idade ≥ a 40 anos (36,1%) da cor parda (38,0%) com média de 8 a 11 anos de estudo (22,7%), sem cônjuge (42,78%), CV-HIV detectável (34,0%), CD4+ > 500 cópias/mL (4,4%). Houve registro de FV em 0,8%. A adesão à TARV foi 68%. O grupo com registro com FV apresentou mais chance de ser não aderente (OR = 1,32), mas não houve significância estatística na associação (IC95%0,93-1,86; p = 0,111). Os resultados encontrados reforçam a necessidade de reconhecer precocemente a falha virológica e demonstram a importância de investigar os fatores associados a não adesão a TARV e ao surgimento de FV no início da TARV.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"49 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"ADESÃO EM INDIVÍDUOS COM FALHA VIROLÓGICA INICIAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV QUE INICIARAM A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL – COORTE RETROSPECTIVA, BRASIL 2017-2019 (DADOS PRELIMINARES)\",\"authors\":\"Igor Francisco Chagas dos Santos, Matheus Marchesotti Dutra Ferraz, Maria das Graças Braga\",\"doi\":\"10.1016/j.bjid.2023.102967\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Em 2017, o dolutegravir (DTG) passou a ser recomendado com associação com lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF) em dose fixa combinada como esquema inicial preferencial em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) iniciando a terapia antirretroviral (TARV). Considerando a crescente utilização do DTG, avaliar adesão à TARV é fundamental para alcançar a supressão viral e minimizar o surgimento de falha virológica (FV). O presente estudo objetiva-se avaliar a adesão em indivíduos iniciando a TARV com DTG e apresentaram FV confirmada pelo teste de genotipagem. Estudo de coorte retrospectiva utilizando informações obtidas pelo linkage entre bancos nacionais de dispensação de antirretrovirais e exames laboratoriais. Foram incluídos os indivíduos que iniciaram a TARV com esquemas contendo DTG e em algum momento do tratamento realizaram troca da TARV entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019, no Brasil. Dados sociodemográficos, clínicos e relacionados ao tratamento foram obtidos com base nos registros de dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde ao Grupo de pesquisa GEADIC. A adesão foi mensurada pela proporção de dias cobertos (PDC >80%) utilizando o cálculo CMA6 que permite mensurar o intervalo de dispensação de antirretrovirais pelo Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) em diferentes intervalos. Os dados laboratoriais de CD4+ e carga viral (CV) foram obtidos pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) e a FV confirmada pelo teste de genotipagem no Sistema de Controle de Exames de Genotipagem (Sisgeno). Foi utilizado o pareamento probabilístico entre os três bancos e a biblioteca Python FuzzyWuzzy para a deduplicação dos dados. As análises foram realizadas utilizando o software SPSS v.22. A amostra foi de 12.071 indivíduos, sendo 59,9% do sexo masculino, com idade ≥ a 40 anos (36,1%) da cor parda (38,0%) com média de 8 a 11 anos de estudo (22,7%), sem cônjuge (42,78%), CV-HIV detectável (34,0%), CD4+ > 500 cópias/mL (4,4%). Houve registro de FV em 0,8%. A adesão à TARV foi 68%. O grupo com registro com FV apresentou mais chance de ser não aderente (OR = 1,32), mas não houve significância estatística na associação (IC95%0,93-1,86; p = 0,111). Os resultados encontrados reforçam a necessidade de reconhecer precocemente a falha virológica e demonstram a importância de investigar os fatores associados a não adesão a TARV e ao surgimento de FV no início da TARV.\",\"PeriodicalId\":22315,\"journal\":{\"name\":\"The Brazilian Journal of Infectious Diseases\",\"volume\":\"49 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-10-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"The Brazilian Journal of Infectious Diseases\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.102967\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.102967","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
ADESÃO EM INDIVÍDUOS COM FALHA VIROLÓGICA INICIAL EM PESSOAS VIVENDO COM HIV QUE INICIARAM A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL – COORTE RETROSPECTIVA, BRASIL 2017-2019 (DADOS PRELIMINARES)
Em 2017, o dolutegravir (DTG) passou a ser recomendado com associação com lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF) em dose fixa combinada como esquema inicial preferencial em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) iniciando a terapia antirretroviral (TARV). Considerando a crescente utilização do DTG, avaliar adesão à TARV é fundamental para alcançar a supressão viral e minimizar o surgimento de falha virológica (FV). O presente estudo objetiva-se avaliar a adesão em indivíduos iniciando a TARV com DTG e apresentaram FV confirmada pelo teste de genotipagem. Estudo de coorte retrospectiva utilizando informações obtidas pelo linkage entre bancos nacionais de dispensação de antirretrovirais e exames laboratoriais. Foram incluídos os indivíduos que iniciaram a TARV com esquemas contendo DTG e em algum momento do tratamento realizaram troca da TARV entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019, no Brasil. Dados sociodemográficos, clínicos e relacionados ao tratamento foram obtidos com base nos registros de dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde ao Grupo de pesquisa GEADIC. A adesão foi mensurada pela proporção de dias cobertos (PDC >80%) utilizando o cálculo CMA6 que permite mensurar o intervalo de dispensação de antirretrovirais pelo Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM) em diferentes intervalos. Os dados laboratoriais de CD4+ e carga viral (CV) foram obtidos pelo Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) e a FV confirmada pelo teste de genotipagem no Sistema de Controle de Exames de Genotipagem (Sisgeno). Foi utilizado o pareamento probabilístico entre os três bancos e a biblioteca Python FuzzyWuzzy para a deduplicação dos dados. As análises foram realizadas utilizando o software SPSS v.22. A amostra foi de 12.071 indivíduos, sendo 59,9% do sexo masculino, com idade ≥ a 40 anos (36,1%) da cor parda (38,0%) com média de 8 a 11 anos de estudo (22,7%), sem cônjuge (42,78%), CV-HIV detectável (34,0%), CD4+ > 500 cópias/mL (4,4%). Houve registro de FV em 0,8%. A adesão à TARV foi 68%. O grupo com registro com FV apresentou mais chance de ser não aderente (OR = 1,32), mas não houve significância estatística na associação (IC95%0,93-1,86; p = 0,111). Os resultados encontrados reforçam a necessidade de reconhecer precocemente a falha virológica e demonstram a importância de investigar os fatores associados a não adesão a TARV e ao surgimento de FV no início da TARV.