Luiza Arcas Gonçalves, Ivan Lira dos Santos, Denise Brandão de Assis, Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros, Thais Guimarães, Silvia Figueiredo Costa
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Foi realizado um inquérito transversal com aplicação de questionário autorrespondido sobre estruturação institucional de CDI, incluindo diagnóstico, tratamento e controle institucional de CDI em hospitais brasileiros, para infectologistas e membros da CCIH. Além da descrição da estruturação das instituições, foram avaliadas associações entre características dos hospitais (natureza, complexidade e porte) e disponibilidade de diagnóstico laboratorial, orientação institucional de tratamento de CDI, existência de Programa de Stewardship de Antimicrobianos. As associações foram analisadas por meio do teste de Qui-Quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher, com p<0,05 considerado estatisticamente significante. 281 hospitais participaram do estudo, a maioria privado (n=153; 54,5%), com maior representatividade do estado de São Paulo (n=224; 79,7%). Cerca de 18% dos serviços não dispunham de realização de testes laboratoriais para confirmação diagnóstica, enquanto, o ELISA de Toxinas A e B foi o método mais empregado (n=117; 51,3%). Para CDI não grave, metronidazol oral foi a escolha na maioria dos hospitais (n=189; 67,5%), seguido de vancomicina oral (n=69; 24,6%). A existência do Programa de Stewardship, mais frequente entre hospitais de alta complexidade (p=0.,013), foi associada ao aumento da chance de existência de uma recomendação terapêutica oficial em análise bivariada (p<0,001) e à maior chance de realização de diagnóstico laboratorial de CDI em análise multivariada (p=0,026). A indisponibilidade de exames laboratoriais e o predomínio de realização isolada de pesquisas de toxinas A e B podem constituir obstáculos para um controle efetivo da CDI no país, já a existência de um Programa de Stewardship foi associado positivamente ao seu manejo diagnóstico e terapêutico. Mais estudos são necessários para melhor compreensão do cenário de controle de CDI no país.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"57 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"AVALIAÇÃO DE MANEJO E CONTROLE INSTITUCIONAL DE CLOSTRIDIOIDES DIFFICILE EM HOSPITAIS PÚBLICOS E PRIVADOS DO BRASIL\",\"authors\":\"Luiza Arcas Gonçalves, Ivan Lira dos Santos, Denise Brandão de Assis, Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros, Thais Guimarães, Silvia Figueiredo Costa\",\"doi\":\"10.1016/j.bjid.2023.103336\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A infecção hospitalar por Clostridioides difficile é considerada uma das principais Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, com impacto significativo em morbimortalidade, assim como nos custos hospitalares. 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AVALIAÇÃO DE MANEJO E CONTROLE INSTITUCIONAL DE CLOSTRIDIOIDES DIFFICILE EM HOSPITAIS PÚBLICOS E PRIVADOS DO BRASIL
A infecção hospitalar por Clostridioides difficile é considerada uma das principais Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, com impacto significativo em morbimortalidade, assim como nos custos hospitalares. A despeito de extensa literatura internacional, existem lacunas nos dados nacionais no que tange a abordagem diagnóstica, terapêutica e de controle de C. difficile. O presente trabalho objetiva avaliar a abordagem institucional e estruturação das CCIHs em relação à infecção por C. Difficile (CDI) em hospitais públicos e privados do país. Foi realizado um inquérito transversal com aplicação de questionário autorrespondido sobre estruturação institucional de CDI, incluindo diagnóstico, tratamento e controle institucional de CDI em hospitais brasileiros, para infectologistas e membros da CCIH. Além da descrição da estruturação das instituições, foram avaliadas associações entre características dos hospitais (natureza, complexidade e porte) e disponibilidade de diagnóstico laboratorial, orientação institucional de tratamento de CDI, existência de Programa de Stewardship de Antimicrobianos. As associações foram analisadas por meio do teste de Qui-Quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher, com p<0,05 considerado estatisticamente significante. 281 hospitais participaram do estudo, a maioria privado (n=153; 54,5%), com maior representatividade do estado de São Paulo (n=224; 79,7%). Cerca de 18% dos serviços não dispunham de realização de testes laboratoriais para confirmação diagnóstica, enquanto, o ELISA de Toxinas A e B foi o método mais empregado (n=117; 51,3%). Para CDI não grave, metronidazol oral foi a escolha na maioria dos hospitais (n=189; 67,5%), seguido de vancomicina oral (n=69; 24,6%). A existência do Programa de Stewardship, mais frequente entre hospitais de alta complexidade (p=0.,013), foi associada ao aumento da chance de existência de uma recomendação terapêutica oficial em análise bivariada (p<0,001) e à maior chance de realização de diagnóstico laboratorial de CDI em análise multivariada (p=0,026). A indisponibilidade de exames laboratoriais e o predomínio de realização isolada de pesquisas de toxinas A e B podem constituir obstáculos para um controle efetivo da CDI no país, já a existência de um Programa de Stewardship foi associado positivamente ao seu manejo diagnóstico e terapêutico. Mais estudos são necessários para melhor compreensão do cenário de controle de CDI no país.