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Da oralidade à escrita: povos indígenas, História do Tempo Presente e os desafios no campo educacional
Os povos indígenas brasileiros, por um longo período temporal, foram narrados desde a perspectiva do outro, colocados em um não lugar na História. Nessa tradição historiográfica, pode-se destacar o silenciamento, a invisibilidade e a recusa a uma forma não ocidental de existência. Somente a partir do final do século XX é que as vozes ameríndias passam a figurar no cenário político, social, educacional e literário brasileiro. Este artigo discute a escrita como gesto ético, estético e político de resistência dos povos ameríndios brasileiros diante das problemáticas atuais e os desafios no campo educacional. Entende por gesto ético, estético e político aquele que busca a afirmação da vida em sua potência. Toma, como empiria, textos de escritores indígenas brasileiros. A análise desse material se dá na perspectiva da História do Tempo Presente, em articulação com a Filosofia, a Literatura, a Antropologia e a Educação. Conclui-se que a escrita constitui um importante dispositivo ético, estético e político de luta e resistência desses povos, sem, contudo, negar sua tradição oral.