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Alguns problemas técnicos em terapia de reforçamento
Em 1964 consegui uma bolsa de pesquisa em Milão. Lá, conheci o professor Fabio Canziani, neuropsiquiatra, que me fez um convite; que era um desafio: provar que os métodos do que se chamava condicionamento operante, e que eu exaltava, podiam servir para melhorar as condições de algumas crianças, abrigadas numa instituição humanitária muito pobre de Messina, na Sicília. O diretor da instituição expressou seu ceticismo quanto à eficácia dos métodos que eu poderia aplicar. Por exemplo, no caso de Carmelo, um menino praticamente mudo, e muito desnutrido porque se recusava a comer diversos alimentos e principalmente as pílulas de vitaminas que lhe ofereciam para atenuar a desnutrição. Cordial, o diretor desejou-me sorte e apostamos que, em caso de bons resultados, eu receberia uma cerveja. O professor Canziani pediu permissão para cuidarmos também de outras crianças, deficientes, que ele classificou segundo as categorias clássicas. Para mim, então, a chamada “terapia de reforçamento” era apenas um método de ensino e, por isso me julguei competente para enfrentar o caso de Carmelo e outros. Os trabalhos relatados a seguir, embora a data da publicação seja 1966/1967, foram realizados em 1966, antes da criação do CFP e do Código de Ética. Como se verá, falta a esse artigo um verdadeiro enfoque clínico e uma descrição mais adequada dos procedimentos e dos resultados. Espero que me desculpem e o considerem, como de fato foi: um primeiro esforço de demonstrar a eficácia prática dos princípios da análise experimental da aprendizagem.