{"title":"卡门,典型的女魔头","authors":"Sueleny Ribeiro Carvalho","doi":"10.15448/1984-7726.2023.1.44210","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nesta pesquisa, discuto os modos de representação da mulher em relação às teorias do erotismo fundamentadas por Octávio Paz e Georges Bataille a partir do estudo do arquétipo da mulher demônio expresso na personagem Carmen, originária da novela homônima de Prosper Mérimée, mas que ganhou reconhecimento a partir da ópera, também homônima, de Georges Bizet, tor¬nando-se um mito literário mundialmente conhecido em consequência de suas inúmeras adaptações, sobretudo para o cinema. Dentre as diversas personagens femininas que incorporam o arquétipo da mulher demônio, Carmen figura como uma das mais notáveis representações da mulher fatal. A respeito da personagem, é possível dizer que, tanto na literatura quanto nas suas diversas adaptações, o que se preserva em Carmen é a força de sua sensualidade conduzida pela carga erótica presente em sua natureza. Carmen veste-se de erotismo, principalmente por representar uma das mais contundentes encarnações do mito da mulher demônio. É justamente essa forma de representação abundante da mulher de¬moníaca que me interessa nesse estudo, pois considero que a permanência do modo de representação da personagem é reflexo de uma ideologia que tem se repetido ao longo do tempo na cultura ocidental, e que garante a manutenção das relações de poder no patriarcado. Meu objetivo é verificar a predominância de um pensamento masculino específico sobre o erotismo e sobre a mulher, que tende a situar a mulher como objeto erótico. Para tanto, fundamento minha discussão com base nos estudos feministas e de gênero, respaldada por teóricas como Judith Butler e Lisa Jardine dentre outras.","PeriodicalId":506556,"journal":{"name":"Letras de Hoje","volume":"60 ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Carmen, o arquétipo da mulher demônio\",\"authors\":\"Sueleny Ribeiro Carvalho\",\"doi\":\"10.15448/1984-7726.2023.1.44210\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Nesta pesquisa, discuto os modos de representação da mulher em relação às teorias do erotismo fundamentadas por Octávio Paz e Georges Bataille a partir do estudo do arquétipo da mulher demônio expresso na personagem Carmen, originária da novela homônima de Prosper Mérimée, mas que ganhou reconhecimento a partir da ópera, também homônima, de Georges Bizet, tor¬nando-se um mito literário mundialmente conhecido em consequência de suas inúmeras adaptações, sobretudo para o cinema. Dentre as diversas personagens femininas que incorporam o arquétipo da mulher demônio, Carmen figura como uma das mais notáveis representações da mulher fatal. A respeito da personagem, é possível dizer que, tanto na literatura quanto nas suas diversas adaptações, o que se preserva em Carmen é a força de sua sensualidade conduzida pela carga erótica presente em sua natureza. Carmen veste-se de erotismo, principalmente por representar uma das mais contundentes encarnações do mito da mulher demônio. É justamente essa forma de representação abundante da mulher de¬moníaca que me interessa nesse estudo, pois considero que a permanência do modo de representação da personagem é reflexo de uma ideologia que tem se repetido ao longo do tempo na cultura ocidental, e que garante a manutenção das relações de poder no patriarcado. Meu objetivo é verificar a predominância de um pensamento masculino específico sobre o erotismo e sobre a mulher, que tende a situar a mulher como objeto erótico. Para tanto, fundamento minha discussão com base nos estudos feministas e de gênero, respaldada por teóricas como Judith Butler e Lisa Jardine dentre outras.\",\"PeriodicalId\":506556,\"journal\":{\"name\":\"Letras de Hoje\",\"volume\":\"60 \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-12-18\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Letras de Hoje\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.44210\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Letras de Hoje","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.44210","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Nesta pesquisa, discuto os modos de representação da mulher em relação às teorias do erotismo fundamentadas por Octávio Paz e Georges Bataille a partir do estudo do arquétipo da mulher demônio expresso na personagem Carmen, originária da novela homônima de Prosper Mérimée, mas que ganhou reconhecimento a partir da ópera, também homônima, de Georges Bizet, tor¬nando-se um mito literário mundialmente conhecido em consequência de suas inúmeras adaptações, sobretudo para o cinema. Dentre as diversas personagens femininas que incorporam o arquétipo da mulher demônio, Carmen figura como uma das mais notáveis representações da mulher fatal. A respeito da personagem, é possível dizer que, tanto na literatura quanto nas suas diversas adaptações, o que se preserva em Carmen é a força de sua sensualidade conduzida pela carga erótica presente em sua natureza. Carmen veste-se de erotismo, principalmente por representar uma das mais contundentes encarnações do mito da mulher demônio. É justamente essa forma de representação abundante da mulher de¬moníaca que me interessa nesse estudo, pois considero que a permanência do modo de representação da personagem é reflexo de uma ideologia que tem se repetido ao longo do tempo na cultura ocidental, e que garante a manutenção das relações de poder no patriarcado. Meu objetivo é verificar a predominância de um pensamento masculino específico sobre o erotismo e sobre a mulher, que tende a situar a mulher como objeto erótico. Para tanto, fundamento minha discussão com base nos estudos feministas e de gênero, respaldada por teóricas como Judith Butler e Lisa Jardine dentre outras.