Flavio Gonçalves Brito, Alexandre Naime Barbosa, Rodrigo Costa da Silva, Gismelli Cristiane Angeluci, Mariana Zancheta e Gava, B. D. Menozzi, Helio Langoni
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O estudo teve como objetivo determinar a prevalência destas zoonoses em PVHA atendidos no Serviço de Ambulatório Especializado de Infectologia “Domingos Alves Meira” (SAEI-DAM), da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp, e sua associação com fatores de risco relacionados a ambos. Pesquisou-se anticorpos para Toxoplasma gondii e Trypanosoma cruzi em 236 amostras de soro de PVHA, 154 (65%) resultaram positivas para T. gondii e 4 (1,69%) para T. cruzi. Vinte e um pacientes (8,89%) apresentaram neurotoxoplasmose e seis (2,54%) toxoplasmose ocular. A elevada soroprevalência para toxoplasmose pode ser por consequência da estreita interação com os animais de estimação, principalmente gatos, entre outros fatores, concluindo que o risco de toxoplasmose clínica é alto na população estudada pela possibilidade da reativação em pacientes imunocomprometidos, agravado pela desinformação sobre as formas de infecção e uso irregular da TARV constatada na pesquisa. Diante dos resultados, acredita-se que o acesso à informação, especialmente naqueles procedentes da zona rural, seja uma medida de grande efetividade na prevenção da exposição à toxoplasmose, já que a maior soropositividade esteve associada aos indivíduos com menor escolaridade e a hábitos alimentares associados à procedência dos produtos de origem animal (carne e leite) e ingestão de água de torneira. 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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA TOXOPLASMOSE E DOENÇA DE CHAGAS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS (PVHA)
O interesse pelo estudo das zoonoses, enfermidades comuns aos humanos e aos animais e relacionados à saúde única, aumentou acentuadamente nos últimos anos, exigindo maior integração, conhecimento e relacionamento entre profissionais da área da saúde. A toxoplasmose e a doença de Chagas (DC) têm elevada importância para a saúde pública, especialmente para as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), pois a imunossupressão pode agravar a doença. O estudo teve como objetivo determinar a prevalência destas zoonoses em PVHA atendidos no Serviço de Ambulatório Especializado de Infectologia “Domingos Alves Meira” (SAEI-DAM), da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp, e sua associação com fatores de risco relacionados a ambos. Pesquisou-se anticorpos para Toxoplasma gondii e Trypanosoma cruzi em 236 amostras de soro de PVHA, 154 (65%) resultaram positivas para T. gondii e 4 (1,69%) para T. cruzi. Vinte e um pacientes (8,89%) apresentaram neurotoxoplasmose e seis (2,54%) toxoplasmose ocular. A elevada soroprevalência para toxoplasmose pode ser por consequência da estreita interação com os animais de estimação, principalmente gatos, entre outros fatores, concluindo que o risco de toxoplasmose clínica é alto na população estudada pela possibilidade da reativação em pacientes imunocomprometidos, agravado pela desinformação sobre as formas de infecção e uso irregular da TARV constatada na pesquisa. Diante dos resultados, acredita-se que o acesso à informação, especialmente naqueles procedentes da zona rural, seja uma medida de grande efetividade na prevenção da exposição à toxoplasmose, já que a maior soropositividade esteve associada aos indivíduos com menor escolaridade e a hábitos alimentares associados à procedência dos produtos de origem animal (carne e leite) e ingestão de água de torneira. Campanhas educativas que promovam o desenvolvimento de atitudes e estilo de vida podem proporcionar redução na morbimortalidade nesta população de risco.