Shema El-Laden Hammoud, Gustavo Tamura, Julia Nakashima Barduco, Kátia Sheylla Malta Purim, Leonardo Quadros, Lucas Gusmão dos Santos, Luiz Felipe Ribeiro Kobarg, Thiago Meister
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Resultados: Foi observado aumento das mortes maternas indiretas, especificamente na categoria CID10-O98 (Doenças infecciosas e parasitárias maternas [...]), onde foram incluídos os óbitos causados pela COVID-19 (p < 0,0001). Predominaram as mortes puerperais e na população de cor/raça branca, sendo as doenças infecciosas e parasitárias as principais causas indiretas. Uma comparação relativa dos períodos demonstrou que os óbitos indiretos em 2020 superaram a média dos 5 anos anteriores, indicando o impacto da COVID-19 na mortalidade materna. Discussão: Em ambos os períodos estudados, as mortes ocorreram, predominantemente, em ambiente hospitalar. Contudo, em 2020, a proporção de mortes em hospitais aumentou de 76% para 91%, expressando um reflexo do aumento da mortalidade materna devido à pandemia da COVID-19 e de maiores taxas de complicações nas gestações dessas pacientes. Conclusão: A quebra de padrão de mortalidade materna indireta demonstrou o impacto significativo da pandemia de COVID-19 na saúde materna. Novos estudos devem analisar e comparar outras variáveis, pois a natureza do estudo e a amostra extraída de um estado específico do Brasil, limitam a generalização dos achados para outros locais e populações. 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Análise epidemiológica da mortalidade materna no estado do Paraná: repercussão da pandemia da COVID-19
Introdução: A mortalidade materna é relevante indicador nas políticas públicas Brasileiras de assistência à saúde da mulher. A Rede Mãe Paranaense trabalha para reduzir esses indicadores, mas ainda são desconhecidos os impactos da pandemia no óbito materno-fetal. Objetivo: Analisar a Mortalidade Materna nos anos de 2015-2019 e comparar ao ano de 2020 no Paraná. Métodos: Estudo documental retrospectivo, através de coleta de dados do programa DATASUS/SIM. Resultados: Foi observado aumento das mortes maternas indiretas, especificamente na categoria CID10-O98 (Doenças infecciosas e parasitárias maternas [...]), onde foram incluídos os óbitos causados pela COVID-19 (p < 0,0001). Predominaram as mortes puerperais e na população de cor/raça branca, sendo as doenças infecciosas e parasitárias as principais causas indiretas. Uma comparação relativa dos períodos demonstrou que os óbitos indiretos em 2020 superaram a média dos 5 anos anteriores, indicando o impacto da COVID-19 na mortalidade materna. Discussão: Em ambos os períodos estudados, as mortes ocorreram, predominantemente, em ambiente hospitalar. Contudo, em 2020, a proporção de mortes em hospitais aumentou de 76% para 91%, expressando um reflexo do aumento da mortalidade materna devido à pandemia da COVID-19 e de maiores taxas de complicações nas gestações dessas pacientes. Conclusão: A quebra de padrão de mortalidade materna indireta demonstrou o impacto significativo da pandemia de COVID-19 na saúde materna. Novos estudos devem analisar e comparar outras variáveis, pois a natureza do estudo e a amostra extraída de um estado específico do Brasil, limitam a generalização dos achados para outros locais e populações. Ademais, pesquisas de levantamento de dados epidemiológicos podem ser úteis como ferramenta de planejamento no âmbito de elaborar estratégias de intervenção e prevenção de comorbidades que influenciem direta e indiretamente as gestações.