Marcelo Santana Ferreira, Gabriel Lacerda de Resende, Maria Elizabeth Barros de Barros, Pablo Cardozo Roccon
{"title":"关于咒语和魔法:当代巴西主体化模式的创造性和批判性实践--档案导言","authors":"Marcelo Santana Ferreira, Gabriel Lacerda de Resende, Maria Elizabeth Barros de Barros, Pablo Cardozo Roccon","doi":"10.48074/aceno.v10i24.16936","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O feitiço é uma questão crucial para a realização da crítica da cultura por um viés materialista. Assumindo o lugar da coisa viva e pensante, os feitiços e as fantasmagorias assombraram e mobilizaram exercícios críticos, como aquele formulado por um curioso pensador alemão que partia do feitiço que sustenta uma religião sem possibilidade de expiação - o capitalismo - em busca da magia que assenta morada na linguagem. Neste dossiê convidamos pesquisadores/as a, em 2023, recolocar as inquietações formuladas por Benjamin - e por muitos outros, por muitas outras - é urgente. Sob a promessa da conectividade ilimitada, as redes sociais enfeitiçaram as subjetividades com fake news e teorias conspiratórias que parecem encurralar nossa experiência histórica nos becos do neofascismo vitaminado pelos algoritmos, radicalizando o sentido de uma condução coercitiva da vida social. \nConvidamos também às insurgências diante do fim da história: as redes escapam aos algoritmos e reabilitam o sentido da solidariedade, intervenções no campo da cultura e das artes nos reconectam com as urgências de nosso tempo, e experiências que apontam para cosmovisões não eurocêntricas conjuram o reencantamento do mundo para fazermos frente à barbárie. Nessas pistas, este dossiê numa perspectiva transdisciplinar, convida às insurgências ante aos feitiços fascistas em exercícios éticos e políticos - e, por certo, metodológicos - que podem ser empreendidos em busca da quebra do feitiço! \nO propósito do presente dossiê é abrir uma fenda para a apresentação de pesquisas que coloquem em análise dinâmicas contemporâneas sob o signo do feitiço e do encantamento: trabalhos que tomem o desafio de analisar: 1. as ambivalências das redes: potência e disrupção, solidariedade, amizade, redes sociais; 2. a feitiçaria fascista e os encantamentos; 3. A relações ético-estéticas na coprodução de resistências, coemergências, insurgências; 4. Subjetividades resistentes, monstras, disruptivas, desviantes, contracoloniais, desobedientes, parentescos raros. Assim, convidamos os/as diversos/as pesquisadores/as da psicologia, ciências sociais, antropologia, saúde coletiva, dentre outros/as/es na coprodução deste dossiê.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Sobre feitiços e encantamentos: exercícios de criação e crítica com os modos de subjetivação no Brasil contemporâneo – apresentação ao dossiê\",\"authors\":\"Marcelo Santana Ferreira, Gabriel Lacerda de Resende, Maria Elizabeth Barros de Barros, Pablo Cardozo Roccon\",\"doi\":\"10.48074/aceno.v10i24.16936\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O feitiço é uma questão crucial para a realização da crítica da cultura por um viés materialista. 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Sob a promessa da conectividade ilimitada, as redes sociais enfeitiçaram as subjetividades com fake news e teorias conspiratórias que parecem encurralar nossa experiência histórica nos becos do neofascismo vitaminado pelos algoritmos, radicalizando o sentido de uma condução coercitiva da vida social. \\nConvidamos também às insurgências diante do fim da história: as redes escapam aos algoritmos e reabilitam o sentido da solidariedade, intervenções no campo da cultura e das artes nos reconectam com as urgências de nosso tempo, e experiências que apontam para cosmovisões não eurocêntricas conjuram o reencantamento do mundo para fazermos frente à barbárie. 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Sobre feitiços e encantamentos: exercícios de criação e crítica com os modos de subjetivação no Brasil contemporâneo – apresentação ao dossiê
O feitiço é uma questão crucial para a realização da crítica da cultura por um viés materialista. Assumindo o lugar da coisa viva e pensante, os feitiços e as fantasmagorias assombraram e mobilizaram exercícios críticos, como aquele formulado por um curioso pensador alemão que partia do feitiço que sustenta uma religião sem possibilidade de expiação - o capitalismo - em busca da magia que assenta morada na linguagem. Neste dossiê convidamos pesquisadores/as a, em 2023, recolocar as inquietações formuladas por Benjamin - e por muitos outros, por muitas outras - é urgente. Sob a promessa da conectividade ilimitada, as redes sociais enfeitiçaram as subjetividades com fake news e teorias conspiratórias que parecem encurralar nossa experiência histórica nos becos do neofascismo vitaminado pelos algoritmos, radicalizando o sentido de uma condução coercitiva da vida social.
Convidamos também às insurgências diante do fim da história: as redes escapam aos algoritmos e reabilitam o sentido da solidariedade, intervenções no campo da cultura e das artes nos reconectam com as urgências de nosso tempo, e experiências que apontam para cosmovisões não eurocêntricas conjuram o reencantamento do mundo para fazermos frente à barbárie. Nessas pistas, este dossiê numa perspectiva transdisciplinar, convida às insurgências ante aos feitiços fascistas em exercícios éticos e políticos - e, por certo, metodológicos - que podem ser empreendidos em busca da quebra do feitiço!
O propósito do presente dossiê é abrir uma fenda para a apresentação de pesquisas que coloquem em análise dinâmicas contemporâneas sob o signo do feitiço e do encantamento: trabalhos que tomem o desafio de analisar: 1. as ambivalências das redes: potência e disrupção, solidariedade, amizade, redes sociais; 2. a feitiçaria fascista e os encantamentos; 3. A relações ético-estéticas na coprodução de resistências, coemergências, insurgências; 4. Subjetividades resistentes, monstras, disruptivas, desviantes, contracoloniais, desobedientes, parentescos raros. Assim, convidamos os/as diversos/as pesquisadores/as da psicologia, ciências sociais, antropologia, saúde coletiva, dentre outros/as/es na coprodução deste dossiê.