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SHEELA-NA-GIG: FEMINISMO ESTÉTICO ANCESTRAL E SEU REFLEXO NAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS CONTEMPORÂNEAS
A ideia do Feminino muda no decorrer do tempo, inspira movimentos, conflitos, revoluções e tem muito a revelar sobre realidades socioculturais e políticas de um povo. O campo da arte traz numerosas representações dessas diferentes realidades e registros de narrativas persistentes como o binarismo, biopoder e sexualidades. As Sheela-na-gig, representações europeias medievais de genitais femininos em pedra, podem ser vistas como expressões da percepção do corpo feminino e do valor simbólico atribuído por povos medievais europeus. As peças em questão, produzidas por quatro séculos, conectam a cultura pagã e cristã e as fases históricas do pensamento ocidental no que se referem ao corpo, sexo, crenças e subjetividades. O presente artigo parte da análise destas imagens medievais até às expressões artísticas contemporâneas remetendo esta discussão à relevância da questão do Feminino nas atuais ressignificações de gênero.