A. Szklo, Mirian Carvalho de Souza, A. M. D. Carvalho
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O que a Pesquisa Nacional de Saúde tem a dizer sobre a influência do gasto com cigarro no rendimento domiciliar?
Em um Brasil no qual os indicadores de empobrecimento da população seguem aumentando, preocupa o fato de que indivíduos gastem dinheiro para comprar cigarro em vez de usarem esse recurso em ações que fortaleçam aspectos do bem-estar de suas jornadas de vida e de suas famílias. Estimou-se, a partir da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, a influência que o gasto com cigarro industrializado teve no orçamento familiar nos domicílios com pelo menos um fumante, estratificada por características sociodemográficas. Os fumantes brasileiros destinaram cerca de 8% do rendimento médio mensal domiciliar per capita para a compra de cigarros industrializados. O percentual do gasto médio mensal chegou a quase 10% desse rendimento, entre os fumantes de 15 a 24 anos, e foi ainda maior para aqueles com Ensino Fundamental incompleto (aproximadamente 11%). Nas regiões Norte e Nordeste do país, esse gasto ultrapassou os 9%. O estado com o maior comprometimento da renda domiciliar foi o Acre (13,6%), seguido por Alagoas (11,9%), Ceará, Pará e Tocantins (todos com aproximadamente 11%). Nossos achados reforçam, portanto, a importância de fortalecer a implementação de medidas efetivas de redução da proporção de fumantes, tal como a política tributária. Dessa forma, o dinheiro que atualmente é destinado pelos indivíduos à compra de cigarros poderá ser revertido no atendimento de suas necessidades básicas, contribuindo para a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida.