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摘要
在这篇文章中,我打算汇集卡洛斯-德拉蒙德-德-安德拉德(Carlos Drummond de Andrade)在《Corpo》(1984年)一书中所作的诗歌《Favelário Nacional》的第12首,以及由MC Smith作词、蒂亚戈-多斯桑托斯(Thiago dos Santos)(普拉加)作曲的歌曲《Vida Bandida Parte 1》,这两首诗歌尽管在时间上相距甚远,而且是从两个不同的社会视角写成的,但都涉及资本主义、暴力和种族主义如何在个人身上构建新形式的死亡和哀悼。在这两部作品中,我们都可以看到国家是如何根据 "死亡政治学"(Necropolitics,2018 年)的概念来划定个人的条件的。因此,本分析转向对《德拉蒙德》和《MC-史密斯》中边缘化身体的思考,从弗朗兹-法农在《被诅咒的地球》(2022 年)中所说的殖民者之城与被殖民者之城的划分中反思贫民窟。因此,从这两部作品中可以看出,巴西国家以各种方式压迫着某些群体,即使死亡和哀悼与这个地方交织在一起,他们也会因为自己的存在而庆祝,当他们不庆祝时,就好像他们不存在一样。
“Hoje somos festa, amanhã seremos luto” – uma leitura da favela em Drummond e MC Smith
Neste texto, pretendo aproximar a 12ª estância do poema “Favelário Nacional”, de Carlos Drummond de Andrade, presente no livro Corpo (1984), e a música “Vida Bandida Parte 1”, de MC Smith e composição de Thiago dos Santos (Praga), que, mesmo sendo distantes temporalmente e escritas de duas perspectivas sociais distintas, abordam como o capitalismo, a violência e o racismo constroem novas formas de morte e luto no indivíduo. Em ambos é possível ver como o Estado, a partir do conceito de Necropolítica (2018), delimita as condições do indivíduo. Essa análise, portanto, volta-se a pensar sobre os corpos marginalizado em Drummond e em MC Smith, refletindo sobre a favela a partir do que diz Franz Fannon em Os condenados da terra (2022) sobre a divisão entre a cidade do colonizador e cidade do colonizado. Assim, é possível perceber em ambos os escritos que o Estado brasileiro oferece, de diversas formas, opressão a determinados corpos que, mesmo com a morte e o luto entrelaçados ao lugar, festejam porque existem e quando não festejam é como se não existissem.