Leitura literária e experiência

O presente artigo almeja estreitar de que modo a leitura literária pode catalisar uma educação pela experiência. Para tanto, aciona como ferramenta teórico-metodológica a problematização a partir dos estudos de Michel Foucault (2006). A escrita do artigo é desenvolvida em três momentos. No primeiro momento, embasando-se nos apontamentos de Jorge Larrosa (2009, 2011, 2016), acerca-se do conceito de experiência e atenta para aquilo que pode impedi-la. No segundo momento, debruça-se sobre estudos empreendidos por Michel Foucault (2009, 2010, 2013) para tensionar a experiência como aquilo que tanto pode constituir o sujeito quanto dessubjetivá-lo. Por fim, estabelece-se um diálogo com obras produzidas pelos dois filósofos mencionados, atentando-se para a potência que abriga a leitura literária de catalisar experiências em quem lê. O exercício de pensamento a que este artigo se propõe é fortalecido pelas interlocuções que nele se estabelecem entre os referenciais filosóficos e as obras literárias de diferentes gêneros e épocas. Espera-se que a escrita deste artigo encontre outros professores e pesquisadores do campo educacional, provocando-os a aliarem-se à filosofia e à literatura na invenção de modos outros de pensar e de vivenciar a educação que não apenas pelo cientificismo.