João Pedro Alves Portilho Dornelas, Daniela dos Santos Nogueira, Gabriel Ferraz Caetano, Iago Dutra Cirino Oliveira, Isabela Goulart Peçanha Vieira, Marcos Gabriel Bastos Sereno, Maria Eduarda de Souza Longue, Pedro Carneiro Tomaz, Polyana da Silva Caçador, Caroline Mello Pimentel Schuabb
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Metodologia: Este estudo analisou casos suspeitos de Síndrome Congênita do Zika (SCZ) no Brasil de 2017 a 2022, usando dados do RESP-Microcefalia. Foi utilizada uma abordagem quantitativa para comparar características como alterações congênitas, idade gestacional, sexo, peso ao nascer e prevalência regional. Os dados, provenientes do DataSUS Tabnet, são anônimos e públicos. O estudo fornece insights sobre a distribuição e características temporais da SCZ no país, com cinco figuras ilustrando as análises. Resultados: Analisou-se um total de 8.490 casos suspeitos de SCZ. Houve queda contínua nas notificações ao longo dos anos, com 2017 registrando o maior número. Microcefalia foi a alteração congênita mais comum (74,07%). Predominaram notificações no terceiro trimestre e maior incidência em indivíduos do sexo masculino. Regiões Sudeste e Nordeste tiveram mais casos, proporcionalmente à população. As notificações reduziram ao longo do período, com aumentos pontuais em algumas regiões e anos. Discussão: O vírus Zika causou aumento de microcefalia no Brasil. O país lançou o RESP-Microcefalia para monitorar a SCZ. Houve redução de casos desde 2017, ligada a políticas de combate ao mosquito Aedes. A maioria dos casos ocorre no terceiro trimestre, com predominância em meninos. A pesquisa oferece insights para futuras intervenções na saúde materno-infantil. Conclusão: A epidemia do Zika vírus é preocupante, especialmente em regiões com poucos recursos. A SCZ, causada pelo Zika, gera graves consequências como microcefalia e outras anomalias congênitas, com diagnóstico difícil e sem tratamento específico. 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Relação entre alterações congênitas observadas em síndrome de infecção congênita pelo Zika Vírus
Introdução: A infecção pelo vírus Zika (ZIKV) é um sério problema de saúde pública, ligado à rápida disseminação e à microcefalia, causando danos neurológicos graves, especialmente se contraída durante a gravidez. Transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, o Zika aumenta o risco de complicações congênitas, como paralisia cerebral e epilepsia. Fatores genéticos podem influenciar a gravidade da infecção. Apesar de lacunas no conhecimento, a ligação entre ZIKV e microcefalia é clara, enfatizando a necessidade de diagnóstico precoce e acompanhamento rigoroso. Metodologia: Este estudo analisou casos suspeitos de Síndrome Congênita do Zika (SCZ) no Brasil de 2017 a 2022, usando dados do RESP-Microcefalia. Foi utilizada uma abordagem quantitativa para comparar características como alterações congênitas, idade gestacional, sexo, peso ao nascer e prevalência regional. Os dados, provenientes do DataSUS Tabnet, são anônimos e públicos. O estudo fornece insights sobre a distribuição e características temporais da SCZ no país, com cinco figuras ilustrando as análises. Resultados: Analisou-se um total de 8.490 casos suspeitos de SCZ. Houve queda contínua nas notificações ao longo dos anos, com 2017 registrando o maior número. Microcefalia foi a alteração congênita mais comum (74,07%). Predominaram notificações no terceiro trimestre e maior incidência em indivíduos do sexo masculino. Regiões Sudeste e Nordeste tiveram mais casos, proporcionalmente à população. As notificações reduziram ao longo do período, com aumentos pontuais em algumas regiões e anos. Discussão: O vírus Zika causou aumento de microcefalia no Brasil. O país lançou o RESP-Microcefalia para monitorar a SCZ. Houve redução de casos desde 2017, ligada a políticas de combate ao mosquito Aedes. A maioria dos casos ocorre no terceiro trimestre, com predominância em meninos. A pesquisa oferece insights para futuras intervenções na saúde materno-infantil. Conclusão: A epidemia do Zika vírus é preocupante, especialmente em regiões com poucos recursos. A SCZ, causada pelo Zika, gera graves consequências como microcefalia e outras anomalias congênitas, com diagnóstico difícil e sem tratamento específico. Estudos futuros são necessários para prevenção e diagnóstico, incluindo evitar a transmissão vertical e identificar biomarcadores para intervenções precoces.