{"title":"后记忆和互文性是 Djaimilia Pereira de Almeida 叙述中(重新)构建第二代经验的手段","authors":"Tatiana Da Cruz Tavares, Lucilene Soares da Costa","doi":"10.37508/rcl.2024.n52a1293","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este trabalho analisa, a partir das obras Esse cabelo (2017) e Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, o procedimento da pós-memória como dispositivo relevante da (re)construção das narrativas da chamada segunda geração ou filhos da guerra. Os sujeitos desse processo cresceram rodeados por relatos, objetos e fotografias que se transformaram em uma forma de herança pós-colonial e ajudaram a formar a memória daquilo que não foi experienciado diretamente, mas de alguma forma lhes foi transmitido pela memória familiar e de grupo, ou seja, a pós-memória. Para tanto, percorreremos as trajetórias de Mila, Cartola e Aquiles, personagens dos referidos romances, que tiveram suas vidas transformadas pela imigração de Angola para Portugal. Objetivamos, com isso, trazer à luz a obra de uma importante escritora da diáspora angolana, evidenciar como se realiza a representação da experiência histórica e subjetiva dos sujeitos pós-coloniais e analisar os procedimentos narrativos que são próprios do discurso da memória e da pós-memória, termo originalmente proposto por Marianne Hirsch para tratar das transmissões de uma geração para outra de episódios ou eventos traumáticos. Apesar de recente, a obra de Djaimilia possui uma considerável fortuna crítica, logo, a opção por estudá-la a partir de um conceito ainda pouco explorado em suas narrativas, considerando os estudos de Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013; 2020), António Sousa Ribeiro (2013), entre outros.","PeriodicalId":500160,"journal":{"name":"Convergência Lusíada","volume":" 15","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Pós-memória e intertextualidade como dispositivos da (re)construção da experiência da segunda geração nas narrativas de Djaimilia Pereira de Almeida\",\"authors\":\"Tatiana Da Cruz Tavares, Lucilene Soares da Costa\",\"doi\":\"10.37508/rcl.2024.n52a1293\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este trabalho analisa, a partir das obras Esse cabelo (2017) e Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, o procedimento da pós-memória como dispositivo relevante da (re)construção das narrativas da chamada segunda geração ou filhos da guerra. Os sujeitos desse processo cresceram rodeados por relatos, objetos e fotografias que se transformaram em uma forma de herança pós-colonial e ajudaram a formar a memória daquilo que não foi experienciado diretamente, mas de alguma forma lhes foi transmitido pela memória familiar e de grupo, ou seja, a pós-memória. Para tanto, percorreremos as trajetórias de Mila, Cartola e Aquiles, personagens dos referidos romances, que tiveram suas vidas transformadas pela imigração de Angola para Portugal. Objetivamos, com isso, trazer à luz a obra de uma importante escritora da diáspora angolana, evidenciar como se realiza a representação da experiência histórica e subjetiva dos sujeitos pós-coloniais e analisar os procedimentos narrativos que são próprios do discurso da memória e da pós-memória, termo originalmente proposto por Marianne Hirsch para tratar das transmissões de uma geração para outra de episódios ou eventos traumáticos. Apesar de recente, a obra de Djaimilia possui uma considerável fortuna crítica, logo, a opção por estudá-la a partir de um conceito ainda pouco explorado em suas narrativas, considerando os estudos de Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013; 2020), António Sousa Ribeiro (2013), entre outros.\",\"PeriodicalId\":500160,\"journal\":{\"name\":\"Convergência Lusíada\",\"volume\":\" 15\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2024-07-05\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Convergência Lusíada\",\"FirstCategoryId\":\"0\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1293\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Convergência Lusíada","FirstCategoryId":"0","ListUrlMain":"https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1293","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Pós-memória e intertextualidade como dispositivos da (re)construção da experiência da segunda geração nas narrativas de Djaimilia Pereira de Almeida
Este trabalho analisa, a partir das obras Esse cabelo (2017) e Luanda, Lisboa, Paraíso (2019), da escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, o procedimento da pós-memória como dispositivo relevante da (re)construção das narrativas da chamada segunda geração ou filhos da guerra. Os sujeitos desse processo cresceram rodeados por relatos, objetos e fotografias que se transformaram em uma forma de herança pós-colonial e ajudaram a formar a memória daquilo que não foi experienciado diretamente, mas de alguma forma lhes foi transmitido pela memória familiar e de grupo, ou seja, a pós-memória. Para tanto, percorreremos as trajetórias de Mila, Cartola e Aquiles, personagens dos referidos romances, que tiveram suas vidas transformadas pela imigração de Angola para Portugal. Objetivamos, com isso, trazer à luz a obra de uma importante escritora da diáspora angolana, evidenciar como se realiza a representação da experiência histórica e subjetiva dos sujeitos pós-coloniais e analisar os procedimentos narrativos que são próprios do discurso da memória e da pós-memória, termo originalmente proposto por Marianne Hirsch para tratar das transmissões de uma geração para outra de episódios ou eventos traumáticos. Apesar de recente, a obra de Djaimilia possui uma considerável fortuna crítica, logo, a opção por estudá-la a partir de um conceito ainda pouco explorado em suas narrativas, considerando os estudos de Marianne Hirsch (2008), Beatriz Sarlo (2007), Margarida Calafate Ribeiro (2013; 2020), António Sousa Ribeiro (2013), entre outros.