“Menino que parece menina, nunca vai ser respeitado” uma análise discursiva do filme Carlinhos e Carlão de Pedro Amorim

Neste artigo, analisamos os discursos homofóbicos presentes no filme "Carlinhos e Carlão", dirigido por Pedro Amorim. Para tanto, observamos que se faz necessario verificamos que se esses discursos estão mais associados à insegurança sexual do indivíduo machista do que à repulsa ou à crença em um tradicionalismo de família. Como objetivo geral: i) analisar os discursos do sujeito homofobico a partir da tentativa de afastamento do feminino da sua prática de homem "macho", paralelamente temos os objetivos especificos: i) descrever como o discurso tradicionalista machista é repassado para a geração posterior. ii) evidenciar o corpo masculino como um campo de subjetividades para a construção do sujeito "macho". iii) levantar a problematica do sujeito "macho" como forma expressiva de anular a feminilidade. Para conduzir essa pesquisa, inscrevemo-nos na Análise do Discurso (AD) e empregamos a análise fílmica. Esses métodos auxiliam na compreensão das construções das obras em relação ao meio social. Buscamos apoio em estudiosos da área, como Fialho e Araújo (2017), estendendo os diálogos entre autores críticos da sexualidade, poder e centralidade masculina, tais como Albuquerque Júnior (2010), Foucault (1996; 2005; 2013), Figueira-Borges (2018a, 2018b, 2018c), Utim, Morais e Figuera-Borges (2020). Para compor o corpus de análise, extraímos diálogos de cenas do filme que evidenciaram os resultados obtidos das ações homofóbicas e machistas, impulsionadas pela não aceitação da sexualidade, visando uma reflexão fundamentada nas conclusões dessa pesquisa.