Barbara Barreto Corrêa , Giovanna Groult da Silva , Caroline Conceição Araújo , Douglas Guedes Ferreira , Raiane Cardoso Chamon
{"title":"COVID-19 大流行对从血液培养物中分离出的金黄色葡萄球菌菌株的抗菌药耐药性的影响","authors":"Barbara Barreto Corrêa , Giovanna Groult da Silva , Caroline Conceição Araújo , Douglas Guedes Ferreira , Raiane Cardoso Chamon","doi":"10.1016/j.bjid.2024.104441","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"<div><h3>Introdução/objetivos</h3><div>Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) são frequentemente isolados de amostras de hemocultura, associados à infecção de corrente sanguínea. A ocorrência da pandemia da COVID-19 acarretou um aumento do uso de antibióticos, o que pode ter impactado na seleção de amostras multidroga resistentes. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar de forma retrospectiva amostras de S. aureus isoladas de hemoculturas de indivíduos admitidos em um Hospital Universitário (HU) do Rio de Janeiro, durante um período de nove anos (2014 – 2022).</div></div><div><h3>Materiais e métodos</h3><div>Os resultados do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos das amostras identificadas foram analisados (PhoenixBDTM; BD Diagnostic Systems, Sparks, MD), sendo incluída apenas uma amostra por paciente. Resultados: Foram identificadas 330 amostras de S. aureus, dentre as quais, 153 MRSA (46,4%). Houve um aumento significativo (p-valor < 0,05) no isolamento de cepas MRSA a partir do ano de 2020 (62,2%), mantendo altas taxas de isolamento nos anos subsequentes (50,9%). Também se observou um aumento da resistência à eritromicina e gentamicina (p-valor < 0,005), associado a cepas MRSA (p-valor < 0,005). Entretanto, o aumento da resistência à gentamicina também foi observado para cepas sensíveis à meticilina (MSSA) (p-valor < 0,005). Cerca de 9% das amostras apresentaram concentração mínima inibitória (CMI) > 1,5 mg/L para vancomicina. Identificamos uma amostra resistente à daptomicina (isolada em 2019), duas resistentes à tigeciclina (2020 e 2021), três resistentes à linezolida (2017, 2020 e 2021) e seis resistentes à teicoplanina (2020, 2021 e 2022). Oito amostras MRSA sensíveis dose-dependente (I) à ceftarolina foram isoladas em 2020 (duas), 2021 (duas) e 2022 (quatro). Conclusões: A vigilância constante do isolamento de cepas de S. aureus, em especial MRSA, de amostras de hemocultura se faz necessária, em especial no contexto pós-pandemia, com o uso alarmante de antimicrobianos. O aumento do isolamento de amostras MRSA, assim como da resistência à eritromicina e gentamicina entre amostras isoladas no período da pandemia ressalta a importância do controle epidemiológico e microbiológico dessas infecções, além de sugerir que o uso exacerbado de macrolídeos pode ter contribuído para a seleção de cepas resistentes.</div></div><div><h3>Palavras-chave</h3><div>Staphylococcus aureus, Hemocultura, MRSA, COVID-19, Resistência antimicrobiana.</div></div><div><h3>Conflitos de interesse</h3><div>Não há conflitos de interesse.</div></div><div><h3>Ética e financiamentos</h3><div>Declarações de interesse: nenhum</div></div>","PeriodicalId":56327,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"28 ","pages":"Article 104441"},"PeriodicalIF":3.0000,"publicationDate":"2024-11-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADAS DE HEMOCULTURA\",\"authors\":\"Barbara Barreto Corrêa , Giovanna Groult da Silva , Caroline Conceição Araújo , Douglas Guedes Ferreira , Raiane Cardoso Chamon\",\"doi\":\"10.1016/j.bjid.2024.104441\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"<div><h3>Introdução/objetivos</h3><div>Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) são frequentemente isolados de amostras de hemocultura, associados à infecção de corrente sanguínea. 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IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE CEPAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADAS DE HEMOCULTURA
Introdução/objetivos
Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) são frequentemente isolados de amostras de hemocultura, associados à infecção de corrente sanguínea. A ocorrência da pandemia da COVID-19 acarretou um aumento do uso de antibióticos, o que pode ter impactado na seleção de amostras multidroga resistentes. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar de forma retrospectiva amostras de S. aureus isoladas de hemoculturas de indivíduos admitidos em um Hospital Universitário (HU) do Rio de Janeiro, durante um período de nove anos (2014 – 2022).
Materiais e métodos
Os resultados do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos das amostras identificadas foram analisados (PhoenixBDTM; BD Diagnostic Systems, Sparks, MD), sendo incluída apenas uma amostra por paciente. Resultados: Foram identificadas 330 amostras de S. aureus, dentre as quais, 153 MRSA (46,4%). Houve um aumento significativo (p-valor < 0,05) no isolamento de cepas MRSA a partir do ano de 2020 (62,2%), mantendo altas taxas de isolamento nos anos subsequentes (50,9%). Também se observou um aumento da resistência à eritromicina e gentamicina (p-valor < 0,005), associado a cepas MRSA (p-valor < 0,005). Entretanto, o aumento da resistência à gentamicina também foi observado para cepas sensíveis à meticilina (MSSA) (p-valor < 0,005). Cerca de 9% das amostras apresentaram concentração mínima inibitória (CMI) > 1,5 mg/L para vancomicina. Identificamos uma amostra resistente à daptomicina (isolada em 2019), duas resistentes à tigeciclina (2020 e 2021), três resistentes à linezolida (2017, 2020 e 2021) e seis resistentes à teicoplanina (2020, 2021 e 2022). Oito amostras MRSA sensíveis dose-dependente (I) à ceftarolina foram isoladas em 2020 (duas), 2021 (duas) e 2022 (quatro). Conclusões: A vigilância constante do isolamento de cepas de S. aureus, em especial MRSA, de amostras de hemocultura se faz necessária, em especial no contexto pós-pandemia, com o uso alarmante de antimicrobianos. O aumento do isolamento de amostras MRSA, assim como da resistência à eritromicina e gentamicina entre amostras isoladas no período da pandemia ressalta a importância do controle epidemiológico e microbiológico dessas infecções, além de sugerir que o uso exacerbado de macrolídeos pode ter contribuído para a seleção de cepas resistentes.
期刊介绍:
The Brazilian Journal of Infectious Diseases is the official publication of the Brazilian Society of Infectious Diseases (SBI). It aims to publish relevant articles in the broadest sense on all aspects of microbiology, infectious diseases and immune response to infectious agents.
The BJID is a bimonthly publication and one of the most influential journals in its field in Brazil and Latin America with a high impact factor, since its inception it has garnered a growing share of the publishing market.