Simone Aranha Nouér , Kaio Nathan Alvarenga , Luiza Leite Carvão , Anna Carla Castiñeiras , Luiz Felipe A. Guimarães , Henrique Leandro Reis Rocha , Maria da Glória Carvalho Barreiros
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O objetivo deste trabalho foi avaliar a epidemiologia das candidemias após a diminuição da pandemia.</div></div><div><h3>Material e métodos</h3><div>De 2017-2019 (período pré-pandemia), 2020-2022 (durante) e 2023-2024 (após), todas as hemoculturas positivas no sistema BactAlert® ao exame direto para leveduras foram encaminhadas ao Laboratório de Micologia para serem identificadas pelos métodos tradicionais (auxanograma e zimograma) e automatizado (Vitek2®). Uso do meio de Chromoagar®, Chromoagar plus® ou Malditof® foram utilizados para determinação da espécie de Candida. Apenas os pacientes assistidos no hospital foram acompanhados; somente a primeira hemocultura de cada paciente foi considerada; dados clínicos e epidemiológicos foram avaliados. A incidência anual de candidemia foi calculada considerando o número de admissões hospitalares. As diferenças entre as incidências foram calculadas pelo método de Poisson; valor de p < 0,05 foram considerados significativos.</div></div><div><h3>Resultados</h3><div>166 episódios foram acompanhados desde 2017. A incidência de candidemia variou de 1,2 episódios por 1000 admissões (pré-pandemia), 4,3 (durante a pandemia) a 2,7 (após). As espécies mais frequentes continuam sendo C. albicans (n = 57), C. parapsilosis (n = 47), C. tropicalis (n = 41) e C. glabrata (n = 16). Duas cepas de C. haemulonii e uma C. pelliculosa foram confirmadas. Nenhuma cepa foi identificada como C. auris. A incidência de candidemia aumentou desde o início da pandemia (de 1,2 para 2,8; p = 0,0001) e considerando apenas os pacientes que não tiveram COVID-19, manteve-se alta (2,5; p = 0,6). A incidência de C. albicans e C. tropicalis voltou ao nível da pré-pandemia (0,9 e 0,3; respectivamente). Entretanto, a incidência de C. parapsilosis aumentou de 0,3 (pré-pandemia) para 1,2 (pós-pandemia; p = 0,0015). 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MUDANÇA NA EPIDEMIOLOGIA DE CANDIDEMIA: DADOS DE UM HOSPITAL DE ALTA COMPLEXIDADE
Introdução e objetivo
infecções fúngicas invasivas continuam sendo um desafio para pacientes hospitalizados, com alta mortalidade. Na pandemia de COVID-19, observou-se um aumento das infecções causadas por leveduras. O objetivo deste trabalho foi avaliar a epidemiologia das candidemias após a diminuição da pandemia.
Material e métodos
De 2017-2019 (período pré-pandemia), 2020-2022 (durante) e 2023-2024 (após), todas as hemoculturas positivas no sistema BactAlert® ao exame direto para leveduras foram encaminhadas ao Laboratório de Micologia para serem identificadas pelos métodos tradicionais (auxanograma e zimograma) e automatizado (Vitek2®). Uso do meio de Chromoagar®, Chromoagar plus® ou Malditof® foram utilizados para determinação da espécie de Candida. Apenas os pacientes assistidos no hospital foram acompanhados; somente a primeira hemocultura de cada paciente foi considerada; dados clínicos e epidemiológicos foram avaliados. A incidência anual de candidemia foi calculada considerando o número de admissões hospitalares. As diferenças entre as incidências foram calculadas pelo método de Poisson; valor de p < 0,05 foram considerados significativos.
Resultados
166 episódios foram acompanhados desde 2017. A incidência de candidemia variou de 1,2 episódios por 1000 admissões (pré-pandemia), 4,3 (durante a pandemia) a 2,7 (após). As espécies mais frequentes continuam sendo C. albicans (n = 57), C. parapsilosis (n = 47), C. tropicalis (n = 41) e C. glabrata (n = 16). Duas cepas de C. haemulonii e uma C. pelliculosa foram confirmadas. Nenhuma cepa foi identificada como C. auris. A incidência de candidemia aumentou desde o início da pandemia (de 1,2 para 2,8; p = 0,0001) e considerando apenas os pacientes que não tiveram COVID-19, manteve-se alta (2,5; p = 0,6). A incidência de C. albicans e C. tropicalis voltou ao nível da pré-pandemia (0,9 e 0,3; respectivamente). Entretanto, a incidência de C. parapsilosis aumentou de 0,3 (pré-pandemia) para 1,2 (pós-pandemia; p = 0,0015). Os pacientes com infecção por C. parapsilosis não tiveram relação temporal ou espacial. Após o início da pandemia, observamos que a maioria destes pacientes foram procedentes de clínicas de hemodiálise.
Conclusões
Após a diminuição da pandemia, a incidência de candidemia se manteve alta nos pacientes hospitalizados. Candida parapsilosis emergiu como patógeno mais prevalente.
Palavras-chave
Candidemia, Epidemiologia, COVID-19.
Conflitos de interesse
Nenhum autor tem conflitos de interesse.
Ética e financiamentos
Sem financiamento especifico. Projeto aprovado pelo CEP HUCFF
期刊介绍:
The Brazilian Journal of Infectious Diseases is the official publication of the Brazilian Society of Infectious Diseases (SBI). It aims to publish relevant articles in the broadest sense on all aspects of microbiology, infectious diseases and immune response to infectious agents.
The BJID is a bimonthly publication and one of the most influential journals in its field in Brazil and Latin America with a high impact factor, since its inception it has garnered a growing share of the publishing market.