对话,我们这个时代的关键词

IF 0.1 0 RELIGION Revista de Cultura Teologica Pub Date : 2019-12-24 DOI:10.23925/rct.i94.46609
D. Xavier
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Como que em círculos concêntricos e instrumento da mensagem da Igreja ao Mundo, o diálogo deve ser encaminhado aos cristão separados, aos judeus, aos mulçumanos e à humanidade inteira, incluindo os ateus. Como afirma o Concílio Vaticano II, o diálogo tem particular importância no contexto da atividade missionária da Igreja (AG 11). Como afirmara o teólogo Karl Rahner: “o diálogo tem de configurar-se segundo o modelo do eterno diálogo divino, o exemplo da Palavra encarnada na humanidade e os incertos passos dos que entram na busca dialógica com Deus”. É aqui que o diálogo torna-se uma palavra chave necessária ao nosso tempo, principalmente diante do grande apelo ético-ecológico que estamos vivendo. Nesse sentido, a Encíclica do Papa Francisco Laudato si’, bem como o Sínodo para a Amazônia tocam em profundidade o problema da degradação do planeta e a necessidade de colocar em diálogo essa questão com a situação da exclusão e da injustiça social. Para Francisco, a voracidade produtiva e consumista agrava a injustiça ambiental e a injustiça social. Essas duas injustiças clamam pelo diálogo e a responsabilização de todos ao cuidado da casa comum. Nessa perspectiva, com um tom bastante ecológico e ecumênico, este número, antes de ser reservado a poucos que habitam um terreno específico teológico e, consequentemente, ser um trabalho unilateral, é muito mais e principalmente um arcano de interpretações fecundas que se encontram. É jus começarmos nossa leitura pelo texto de Márcia Maria de Oliveira, Desafios e perspectivas do processo de preparação do Sínodo Especial para Amazônia, uma vez que a autora apresenta reflexões que brotam da vivência do processo de preparação do Sínodo para a Amazônia, abordando alguns recortes da participação no V Simpósio Internacional do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica da São Paulo – PUC/SP, e pontuando alguns fragmentos da leitura do texto Os patrões do Purus: elites fundiárias, poder e novas dinâmicas territoriais no sul do Amazonas, que apresenta os aspectos históricos dos processos de subjugação e dominação dos diversos povos da Amazônia a partir do processo de colonização. Por fim, apresenta pressupostos teóricos e conceituais para o entendimento do paradigma do Bem Viver enquanto experiência de cuidado da Casa Comum vivenciada pelos diversos povos da Amazônia, com destaque para o protagonismo das mulheres. Nessa linha, inscreve-se o artigo de Germán Roberto Mahecha Clavijo La salida es hacia adentro: trazos para una espiritualidad ecológica. Para o teólogo colombiano, a reflexão sobre o que está acontecendo em nossa casa comum é um tema de interesse para as ciências humanas e sociais, nas quais a riqueza mal distribuída, a exploração do trabalho e o abuso de poder – entre muitas outras situações – são percebidos como a ponta visível de uma profunda crise antropológica. Por essa razão, fazer referência à espiritualidade ecológica se apresenta à teologia como um desafio que obriga a proclamar uma mensagem de esperança, baseada na Palavra e Tradição cristãs, enquanto constitui um sinal dos tempos que o teólogo de hoje deve ser capaz de ler e dialogar. Se a ecologia é um dos temas centrais e emergente para a reflexão teológica da atualidade, essa não se dá à margem do permanente apelo à educação e humanização, interpelado pelos caminhos da América-Latina. Nesse sentido, Francisco das Chagas Albuquerque, em Medellín e Tradição eclesial latino-americana: educação e humanização, propõe uma hermenêutica da recepção do Vaticano II pela II Conferência Geral do Episcopado latino-americano como marco teológico e pastoral constitutivo da Tradição eclesial latino-americana e do Caribe. Para o autor, sob a inspiração evangélica fundamental: a opção pelos pobres, todo o corpo eclesial poderá desempenhar a missão em múltiplas frentes de evangelização, em vista da humanização de homens e mulheres e da própria história. Um dos fundamentos e meio que vem de Medellín para se atualizar e prosseguir o itinerário eclesial é a ação educativa a partir do sinal dos tempos. Essa é uma “emergência educativa”, a qual se apresenta como desafio e oportunidade para que a Igreja siga contribuindo com a humanização. Nessa mesma linha, Fabrício Veliq, em Engajamento e esperança: considerações acerca de Medellín e a Teologia da Esperança de Jürgen Moltmann, procura mostrar a relação entre, de um lado, as considerações feitas pelos bispos de Medellín acerca de uma teologia para os povos da América Latina que lidavam com situações de opressão por parte dos regimes autoritários em diversos lugares do continente e, de outro lado, a teologia da esperança proposta por Jürgen Moltmann. Mesmo falando de contextos e realidades diferentes, acreditamos que há aproximações que merecem ser consideradas entre as realidades analisadas pelos bispos de Medellín e a categoria da esperança, conforme construída teologicamente por Jürgen Moltmann. Consciente de que o diálogo é a forma não violenta do reconhecimento do outro, o artigo de Waldir Souza e Luis Fretto afirma que estamos vivendo numa época em que a humanidade está habituada às notícias cruéis e desumanas, na qual prevalece a produção e o comércio de armas, gerando vários tipos de violências. Para os autores, a violência se torna explícita numa sociedade frágil e totalmente vulnerável, por meio de múltiplas faces ideológicas que prometem soluções rápidas. Contudo, se existe, na sociedade, o lado assustador da violência, também aparece a profunda solidariedade e cooperação que são continuamente destacadas no convívio social. Nesse sentido, numa perspectiva de diálogo, espera-se que a nossa sociedade evidencie, no lugar de uma cultura da violência alimentada pelo egoísmo e a morte, uma cultura da ternura, de amor e de vida proposta à toda a sociedade. Somente assim, no sentido do reencontro com o sentido da ternura, poder-se-á inverter o triunfalismo das ideologias, do iluminismo, pelo sentido da hospitalidade, da valorização, da diferença, do respeito amoroso da natureza e do ambiente. Considerando a importância do diálogo a todos os níveis da vida, há que considerar o seu valor com outras religiões. Nesse horizonte, Ali Reza Jalali e Mohammad Reza Afroogh, em A Philosophical study fof man his natura in the Holy Quran and the acient Upanishsad, afirmam que a natureza humana é um assunto complexo muito difícil de se compreender. Para os autores, sem conhecer e se familiarizar com a antropologia da religião, o conhecimento dessa não será suficente. Sendo assim, propõem discutir a ideia da natureza humana a partir da perspectiva do livro do Sagrado Alcorão e dos antigos Upanishads, obras importantes e sagradas do Islã e do Hinduísmo. O Alcorão Sagrado conhece a natureza humana como pura e incondicional, que sempre busca e ama a retidão e odeia a falsidade e a impureza, e os antigos Upanishads consideram a natureza humana como uma parte da perjapacidade que é pura e inocente e insiste em dizer que Deus e o homem têm um relacionamento direto e Ele criou o homem a partir de Sua natureza. Aproximando-se da história da imigração no Brasil e o papel da ação missionária dos cristãos, Júlio César Tavares Dias, em Traços Nipônicos no rosto do protestantismo brasileiro: ensaio sobre a vida de João Yasoji Ito, ressalta que, a partir do ano de 1908, começam a chegar ao Brasil imigrantes japoneses que se dedicaram à agricultura e estabeleceram colônias principalmente no estado de São Paulo. Para lhes prestar assistência espiritual, decide vir também do Japão o missionário anglicano João Yasoji Ito, cujo empenho evangelizador se mostra eficaz, pois muitos se converteram. Ito desempenhou várias atividades em prol de sua missão e buscou que as comunidades que fundou não fossem reconhecidas como igrejas dos japoneses, mas se incorporassem à sociedade brasileira. Esse representa um importante episódio da história do protestantismo no Brasil, uma vez que essa história é geralmente ligada à vinda de missionários da América do Norte. Célia Maria Ribeiro, em O exercício da Obediência em favor da unidade eclesial, analisa a relação eclesial entre Pe. Pedro Arrupe e o Papa João Paulo II no momento emblemático de transformações mundiais decorrentes da II Guerra Mundial, quando são observados o estabelecimento de regimes totalitários e a disseminação de ideologias combativas à ortodoxia cristã católica. Para a autora, a história sempre tem fatos e pessoas que, cedo ou tarde, dão margem a revisões dos registros produzidos ao longo do tempo, suscitando novos questionamentos pelas nuances pouco exploradas ou envolvidas numa névoa de dúvidas. Somente a partir de uma releitura, faz-se possível o preenchimento de lacunas ou mesmo a inserção de dados literalmente desconsiderados em toda a trajetória passada. Marcelo Lopes, em Protestantismo e intolerância: caminhos para um diálogo interdenominacional, traz a lume o fenômeno da manifesta adesão de alguns líderes e leigos assembleianos à doutrina calvinista ou reformada na Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil. O autor reflete uma mudança diametral ou um ponto de inflexão doutrinário na maior denominação pentecostal brasileira. André Anéas e Donizete José Xavier refletem o passado do protestant","PeriodicalId":40681,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teologica","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2019-12-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Diálogo, uma palavra-chave necessária ao nosso tempo\",\"authors\":\"D. 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Como que em círculos concêntricos e instrumento da mensagem da Igreja ao Mundo, o diálogo deve ser encaminhado aos cristão separados, aos judeus, aos mulçumanos e à humanidade inteira, incluindo os ateus. Como afirma o Concílio Vaticano II, o diálogo tem particular importância no contexto da atividade missionária da Igreja (AG 11). Como afirmara o teólogo Karl Rahner: “o diálogo tem de configurar-se segundo o modelo do eterno diálogo divino, o exemplo da Palavra encarnada na humanidade e os incertos passos dos que entram na busca dialógica com Deus”. É aqui que o diálogo torna-se uma palavra chave necessária ao nosso tempo, principalmente diante do grande apelo ético-ecológico que estamos vivendo. Nesse sentido, a Encíclica do Papa Francisco Laudato si’, bem como o Sínodo para a Amazônia tocam em profundidade o problema da degradação do planeta e a necessidade de colocar em diálogo essa questão com a situação da exclusão e da injustiça social. Para Francisco, a voracidade produtiva e consumista agrava a injustiça ambiental e a injustiça social. Essas duas injustiças clamam pelo diálogo e a responsabilização de todos ao cuidado da casa comum. Nessa perspectiva, com um tom bastante ecológico e ecumênico, este número, antes de ser reservado a poucos que habitam um terreno específico teológico e, consequentemente, ser um trabalho unilateral, é muito mais e principalmente um arcano de interpretações fecundas que se encontram. É jus começarmos nossa leitura pelo texto de Márcia Maria de Oliveira, Desafios e perspectivas do processo de preparação do Sínodo Especial para Amazônia, uma vez que a autora apresenta reflexões que brotam da vivência do processo de preparação do Sínodo para a Amazônia, abordando alguns recortes da participação no V Simpósio Internacional do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica da São Paulo – PUC/SP, e pontuando alguns fragmentos da leitura do texto Os patrões do Purus: elites fundiárias, poder e novas dinâmicas territoriais no sul do Amazonas, que apresenta os aspectos históricos dos processos de subjugação e dominação dos diversos povos da Amazônia a partir do processo de colonização. Por fim, apresenta pressupostos teóricos e conceituais para o entendimento do paradigma do Bem Viver enquanto experiência de cuidado da Casa Comum vivenciada pelos diversos povos da Amazônia, com destaque para o protagonismo das mulheres. Nessa linha, inscreve-se o artigo de Germán Roberto Mahecha Clavijo La salida es hacia adentro: trazos para una espiritualidad ecológica. Para o teólogo colombiano, a reflexão sobre o que está acontecendo em nossa casa comum é um tema de interesse para as ciências humanas e sociais, nas quais a riqueza mal distribuída, a exploração do trabalho e o abuso de poder – entre muitas outras situações – são percebidos como a ponta visível de uma profunda crise antropológica. Por essa razão, fazer referência à espiritualidade ecológica se apresenta à teologia como um desafio que obriga a proclamar uma mensagem de esperança, baseada na Palavra e Tradição cristãs, enquanto constitui um sinal dos tempos que o teólogo de hoje deve ser capaz de ler e dialogar. Se a ecologia é um dos temas centrais e emergente para a reflexão teológica da atualidade, essa não se dá à margem do permanente apelo à educação e humanização, interpelado pelos caminhos da América-Latina. 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Somente assim, no sentido do reencontro com o sentido da ternura, poder-se-á inverter o triunfalismo das ideologias, do iluminismo, pelo sentido da hospitalidade, da valorização, da diferença, do respeito amoroso da natureza e do ambiente. Considerando a importância do diálogo a todos os níveis da vida, há que considerar o seu valor com outras religiões. Nesse horizonte, Ali Reza Jalali e Mohammad Reza Afroogh, em A Philosophical study fof man his natura in the Holy Quran and the acient Upanishsad, afirmam que a natureza humana é um assunto complexo muito difícil de se compreender. Para os autores, sem conhecer e se familiarizar com a antropologia da religião, o conhecimento dessa não será suficente. Sendo assim, propõem discutir a ideia da natureza humana a partir da perspectiva do livro do Sagrado Alcorão e dos antigos Upanishads, obras importantes e sagradas do Islã e do Hinduísmo. O Alcorão Sagrado conhece a natureza humana como pura e incondicional, que sempre busca e ama a retidão e odeia a falsidade e a impureza, e os antigos Upanishads consideram a natureza humana como uma parte da perjapacidade que é pura e inocente e insiste em dizer que Deus e o homem têm um relacionamento direto e Ele criou o homem a partir de Sua natureza. Aproximando-se da história da imigração no Brasil e o papel da ação missionária dos cristãos, Júlio César Tavares Dias, em Traços Nipônicos no rosto do protestantismo brasileiro: ensaio sobre a vida de João Yasoji Ito, ressalta que, a partir do ano de 1908, começam a chegar ao Brasil imigrantes japoneses que se dedicaram à agricultura e estabeleceram colônias principalmente no estado de São Paulo. Para lhes prestar assistência espiritual, decide vir também do Japão o missionário anglicano João Yasoji Ito, cujo empenho evangelizador se mostra eficaz, pois muitos se converteram. Ito desempenhou várias atividades em prol de sua missão e buscou que as comunidades que fundou não fossem reconhecidas como igrejas dos japoneses, mas se incorporassem à sociedade brasileira. Esse representa um importante episódio da história do protestantismo no Brasil, uma vez que essa história é geralmente ligada à vinda de missionários da América do Norte. Célia Maria Ribeiro, em O exercício da Obediência em favor da unidade eclesial, analisa a relação eclesial entre Pe. Pedro Arrupe e o Papa João Paulo II no momento emblemático de transformações mundiais decorrentes da II Guerra Mundial, quando são observados o estabelecimento de regimes totalitários e a disseminação de ideologias combativas à ortodoxia cristã católica. Para a autora, a história sempre tem fatos e pessoas que, cedo ou tarde, dão margem a revisões dos registros produzidos ao longo do tempo, suscitando novos questionamentos pelas nuances pouco exploradas ou envolvidas numa névoa de dúvidas. 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摘要

2019年最新一期的《神学文化》杂志汇集了一些思考,让我们从人类学的角度思考神与人之间的对话关系。尽管“对话”涵盖了人类历史的整个历程,但它是在上个世纪才有其主要直觉的。马丁·布伯(Martin Buber)、费迪南德·埃布纳(Ferdinand Ebner)等人的名字,以及他们的主体间性哲学,使这个词成为普世运动的核心。对话揭示了保罗六世的关切,编织了梵蒂冈第二次会议的词汇,在天主教思想的视野中获得了深刻的神学田园内涵。对于蒙蒂尼来说,这必须根据救赎的神圣对话的模式来配置。就像在同心圆和教会向世界传达信息的工具中一样,对话必须针对分离的基督徒、犹太人、穆斯林和包括无神论者在内的全人类。正如梵蒂冈第二届理事会所申明的那样,对话在教会传教活动中尤为重要(AG11)。正如神学家Karl Rahner所说:“对话必须根据永恒神圣对话的模式、化身在人类中的话语的例子以及那些寻求与上帝对话的人的不确定步骤来塑造”。这就是对话成为我们这个时代所必需的关键词的地方,尤其是面对我们正在经历的巨大的伦理生态吸引力。从这个意义上说,教皇弗朗西斯·劳达托·西的通谕以及亚马逊会议深入探讨了地球退化的问题,以及将这个问题与排斥和社会不公正的情况进行对话的必要性。对弗朗西斯来说,生产和消费主义的贪婪加剧了环境的不公正和社会的不公正。这两种不公正现象要求进行对话,并要求所有人对共同家园的照顾负责。从这个角度来看,这个问题以一种非常生态和普世的基调,在被保留给少数居住在特定神学领域的人之前,因此是一个单方面的工作,更重要的是,它是一个神秘的、富有成果的解释。我们可以从马尔西亚·玛丽亚·德·奥利维拉(Márcia Maria de Oliveira)的著作《亚马逊特别会议筹备过程的挑战和视角》开始阅读,因为作者提出了源于亚马逊会议筹备过程经验的思考,处理了一些参加圣保罗宗座天主教大学神学研究生项目第五届国际研讨会的剪报,并强调了阅读文本《普鲁斯的赞助人:亚马逊南部的土地精英、权力和新的领土动态》的一些片段,介绍了殖民过程中亚马逊各民族的征服和统治过程的历史方面。最后,它提出了理论和概念假设,以理解美好生活的范式,将其视为亚马逊各国人民,特别是妇女的主人公所经历的共同家园的护理体验。在这一行中,Germán Roberto Mahecha Clavijo La salida es hacia dentro的文章:生态精神之旅。对于哥伦比亚神学家来说,反思我们共同家园中正在发生的事情是人文科学和社会科学感兴趣的话题,在这些话题中,财富分配不均、剥削工作和滥用权力等许多情况被视为深层人类学危机的明显迹象。因此,提及生态精神对神学来说是一个挑战,需要在基督教话语和传统的基础上传播希望的信息,同时构成当今神学家必须能够阅读和对话的时代标志。如果生态学是当今神学反思的核心和新兴主题之一,那么它并没有出现在对教育和人性化的永久吸引力的边缘,受到拉丁美洲道路的挑战。在这个意义上,Francisco das Chagas Albuquerque在《麦德林与拉丁美洲教会传统:教育与人性化》一书中提出了对第二次拉丁美洲圣公会大会接纳梵蒂冈二世的解释学,作为构成拉丁美洲和加勒比教会传统的神学和牧学框架。对作者来说,在基本的福音派启示下:穷人的选择,整个教会机构将能够在福音派的多个战线上执行使命,以实现男女和历史本身的人性化。麦德林更新和继续教会之旅的基础和手段之一是基于时代标志的教育行动。这是一个“教育紧急情况”,它本身就是教会继续为人性化做出贡献的挑战和机会。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
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Diálogo, uma palavra-chave necessária ao nosso tempo
Este último número da Revista Cultura Teológica do ano 2019 reúne reflexões que nos faz pensar a relação dialógica entre Deus e homem numa perspectiva antropológica. Embora o “Diálogo” percorra todo o itinerário da história humana, foi no século passado que teve suas principais intuições. Nomes como Martin Buber, Ferdinand Ebner e outros, com suas filosofias das intersubjetividades, contribuíram para que essa palavra se tornasse chave no coração do movimento ecumênico. Expondo as preocupações de Paulo VI e tecendo o vocabulário do Concílio Vaticano II, o diálogo ganhou profunda conotação teológico-pastoral no horizonte do pensamento católico. Para Montini, esse deve configurar-se segundo o modelo do diálogo divino da salvação. Como que em círculos concêntricos e instrumento da mensagem da Igreja ao Mundo, o diálogo deve ser encaminhado aos cristão separados, aos judeus, aos mulçumanos e à humanidade inteira, incluindo os ateus. Como afirma o Concílio Vaticano II, o diálogo tem particular importância no contexto da atividade missionária da Igreja (AG 11). Como afirmara o teólogo Karl Rahner: “o diálogo tem de configurar-se segundo o modelo do eterno diálogo divino, o exemplo da Palavra encarnada na humanidade e os incertos passos dos que entram na busca dialógica com Deus”. É aqui que o diálogo torna-se uma palavra chave necessária ao nosso tempo, principalmente diante do grande apelo ético-ecológico que estamos vivendo. Nesse sentido, a Encíclica do Papa Francisco Laudato si’, bem como o Sínodo para a Amazônia tocam em profundidade o problema da degradação do planeta e a necessidade de colocar em diálogo essa questão com a situação da exclusão e da injustiça social. Para Francisco, a voracidade produtiva e consumista agrava a injustiça ambiental e a injustiça social. Essas duas injustiças clamam pelo diálogo e a responsabilização de todos ao cuidado da casa comum. Nessa perspectiva, com um tom bastante ecológico e ecumênico, este número, antes de ser reservado a poucos que habitam um terreno específico teológico e, consequentemente, ser um trabalho unilateral, é muito mais e principalmente um arcano de interpretações fecundas que se encontram. É jus começarmos nossa leitura pelo texto de Márcia Maria de Oliveira, Desafios e perspectivas do processo de preparação do Sínodo Especial para Amazônia, uma vez que a autora apresenta reflexões que brotam da vivência do processo de preparação do Sínodo para a Amazônia, abordando alguns recortes da participação no V Simpósio Internacional do Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica da São Paulo – PUC/SP, e pontuando alguns fragmentos da leitura do texto Os patrões do Purus: elites fundiárias, poder e novas dinâmicas territoriais no sul do Amazonas, que apresenta os aspectos históricos dos processos de subjugação e dominação dos diversos povos da Amazônia a partir do processo de colonização. Por fim, apresenta pressupostos teóricos e conceituais para o entendimento do paradigma do Bem Viver enquanto experiência de cuidado da Casa Comum vivenciada pelos diversos povos da Amazônia, com destaque para o protagonismo das mulheres. Nessa linha, inscreve-se o artigo de Germán Roberto Mahecha Clavijo La salida es hacia adentro: trazos para una espiritualidad ecológica. Para o teólogo colombiano, a reflexão sobre o que está acontecendo em nossa casa comum é um tema de interesse para as ciências humanas e sociais, nas quais a riqueza mal distribuída, a exploração do trabalho e o abuso de poder – entre muitas outras situações – são percebidos como a ponta visível de uma profunda crise antropológica. Por essa razão, fazer referência à espiritualidade ecológica se apresenta à teologia como um desafio que obriga a proclamar uma mensagem de esperança, baseada na Palavra e Tradição cristãs, enquanto constitui um sinal dos tempos que o teólogo de hoje deve ser capaz de ler e dialogar. Se a ecologia é um dos temas centrais e emergente para a reflexão teológica da atualidade, essa não se dá à margem do permanente apelo à educação e humanização, interpelado pelos caminhos da América-Latina. Nesse sentido, Francisco das Chagas Albuquerque, em Medellín e Tradição eclesial latino-americana: educação e humanização, propõe uma hermenêutica da recepção do Vaticano II pela II Conferência Geral do Episcopado latino-americano como marco teológico e pastoral constitutivo da Tradição eclesial latino-americana e do Caribe. Para o autor, sob a inspiração evangélica fundamental: a opção pelos pobres, todo o corpo eclesial poderá desempenhar a missão em múltiplas frentes de evangelização, em vista da humanização de homens e mulheres e da própria história. Um dos fundamentos e meio que vem de Medellín para se atualizar e prosseguir o itinerário eclesial é a ação educativa a partir do sinal dos tempos. Essa é uma “emergência educativa”, a qual se apresenta como desafio e oportunidade para que a Igreja siga contribuindo com a humanização. Nessa mesma linha, Fabrício Veliq, em Engajamento e esperança: considerações acerca de Medellín e a Teologia da Esperança de Jürgen Moltmann, procura mostrar a relação entre, de um lado, as considerações feitas pelos bispos de Medellín acerca de uma teologia para os povos da América Latina que lidavam com situações de opressão por parte dos regimes autoritários em diversos lugares do continente e, de outro lado, a teologia da esperança proposta por Jürgen Moltmann. Mesmo falando de contextos e realidades diferentes, acreditamos que há aproximações que merecem ser consideradas entre as realidades analisadas pelos bispos de Medellín e a categoria da esperança, conforme construída teologicamente por Jürgen Moltmann. Consciente de que o diálogo é a forma não violenta do reconhecimento do outro, o artigo de Waldir Souza e Luis Fretto afirma que estamos vivendo numa época em que a humanidade está habituada às notícias cruéis e desumanas, na qual prevalece a produção e o comércio de armas, gerando vários tipos de violências. Para os autores, a violência se torna explícita numa sociedade frágil e totalmente vulnerável, por meio de múltiplas faces ideológicas que prometem soluções rápidas. Contudo, se existe, na sociedade, o lado assustador da violência, também aparece a profunda solidariedade e cooperação que são continuamente destacadas no convívio social. Nesse sentido, numa perspectiva de diálogo, espera-se que a nossa sociedade evidencie, no lugar de uma cultura da violência alimentada pelo egoísmo e a morte, uma cultura da ternura, de amor e de vida proposta à toda a sociedade. Somente assim, no sentido do reencontro com o sentido da ternura, poder-se-á inverter o triunfalismo das ideologias, do iluminismo, pelo sentido da hospitalidade, da valorização, da diferença, do respeito amoroso da natureza e do ambiente. Considerando a importância do diálogo a todos os níveis da vida, há que considerar o seu valor com outras religiões. Nesse horizonte, Ali Reza Jalali e Mohammad Reza Afroogh, em A Philosophical study fof man his natura in the Holy Quran and the acient Upanishsad, afirmam que a natureza humana é um assunto complexo muito difícil de se compreender. Para os autores, sem conhecer e se familiarizar com a antropologia da religião, o conhecimento dessa não será suficente. Sendo assim, propõem discutir a ideia da natureza humana a partir da perspectiva do livro do Sagrado Alcorão e dos antigos Upanishads, obras importantes e sagradas do Islã e do Hinduísmo. O Alcorão Sagrado conhece a natureza humana como pura e incondicional, que sempre busca e ama a retidão e odeia a falsidade e a impureza, e os antigos Upanishads consideram a natureza humana como uma parte da perjapacidade que é pura e inocente e insiste em dizer que Deus e o homem têm um relacionamento direto e Ele criou o homem a partir de Sua natureza. Aproximando-se da história da imigração no Brasil e o papel da ação missionária dos cristãos, Júlio César Tavares Dias, em Traços Nipônicos no rosto do protestantismo brasileiro: ensaio sobre a vida de João Yasoji Ito, ressalta que, a partir do ano de 1908, começam a chegar ao Brasil imigrantes japoneses que se dedicaram à agricultura e estabeleceram colônias principalmente no estado de São Paulo. Para lhes prestar assistência espiritual, decide vir também do Japão o missionário anglicano João Yasoji Ito, cujo empenho evangelizador se mostra eficaz, pois muitos se converteram. Ito desempenhou várias atividades em prol de sua missão e buscou que as comunidades que fundou não fossem reconhecidas como igrejas dos japoneses, mas se incorporassem à sociedade brasileira. Esse representa um importante episódio da história do protestantismo no Brasil, uma vez que essa história é geralmente ligada à vinda de missionários da América do Norte. Célia Maria Ribeiro, em O exercício da Obediência em favor da unidade eclesial, analisa a relação eclesial entre Pe. Pedro Arrupe e o Papa João Paulo II no momento emblemático de transformações mundiais decorrentes da II Guerra Mundial, quando são observados o estabelecimento de regimes totalitários e a disseminação de ideologias combativas à ortodoxia cristã católica. Para a autora, a história sempre tem fatos e pessoas que, cedo ou tarde, dão margem a revisões dos registros produzidos ao longo do tempo, suscitando novos questionamentos pelas nuances pouco exploradas ou envolvidas numa névoa de dúvidas. Somente a partir de uma releitura, faz-se possível o preenchimento de lacunas ou mesmo a inserção de dados literalmente desconsiderados em toda a trajetória passada. Marcelo Lopes, em Protestantismo e intolerância: caminhos para um diálogo interdenominacional, traz a lume o fenômeno da manifesta adesão de alguns líderes e leigos assembleianos à doutrina calvinista ou reformada na Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil. O autor reflete uma mudança diametral ou um ponto de inflexão doutrinário na maior denominação pentecostal brasileira. André Anéas e Donizete José Xavier refletem o passado do protestant
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