{"title":"历史是存在的:意大利方言对圣卡塔琳娜西部年轻学生葡萄牙语的影响","authors":"M. Spessatto","doi":"10.5007/1984-8420.2021e76848","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que teve como foco a análise da variação linguística que caracteriza a interferência de uma língua de imigração na fala em português. Trata-se da interferência dos dialetos italianos, sobretudo o vêneto (também chamado de talian, em cenário brasileiro) e se evidencia especialmente por um fenômeno de variação fonológica, com a produção de tepe em contextos de vibrante múltipla, levando à produção de “caro” quando o esperado seria “carro”. Partindo de estudos anteriores sobre o tema, delimitou-se a análise a um grupo de 20 falantes jovens, sendo eles estudantes de anos finais do ensino fundamental (idade entre 12 e 16 anos, no período de desenvolvimento da pesquisa). Como base teórica, seguimos os preceitos da Teoria da Variação, também chamada de Sociolinguística Quantitativa. Os resultados da pesquisa, com a análise quantitativa dos dados linguísticos, por meio do programa estatístico VARBRUL (PINTZUK, 1988), mostraram uma acentuada variação na fala dos estudantes, que produziram tepe em 76% dos contextos de vibrante múltipla tanto em início de palavra, como em “Roma”, quanto em posição intervocálica de vibrante múltipla, como em “terra”. Os dados evidenciam a manutenção desse fenômeno em variação, já identificado em pesquisas desenvolvidas a partir dos anos de 1980, mesmo se tratando de sujeitos jovens, a maior parte deles não-detentora da língua de origem do seu grupo étnico.","PeriodicalId":31410,"journal":{"name":"Working Papers em Linguistica","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A história se faz presente: a influência dos dialetos italianos na fala em português de jovens estudantes do oeste de Santa Catarina\",\"authors\":\"M. Spessatto\",\"doi\":\"10.5007/1984-8420.2021e76848\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que teve como foco a análise da variação linguística que caracteriza a interferência de uma língua de imigração na fala em português. Trata-se da interferência dos dialetos italianos, sobretudo o vêneto (também chamado de talian, em cenário brasileiro) e se evidencia especialmente por um fenômeno de variação fonológica, com a produção de tepe em contextos de vibrante múltipla, levando à produção de “caro” quando o esperado seria “carro”. Partindo de estudos anteriores sobre o tema, delimitou-se a análise a um grupo de 20 falantes jovens, sendo eles estudantes de anos finais do ensino fundamental (idade entre 12 e 16 anos, no período de desenvolvimento da pesquisa). Como base teórica, seguimos os preceitos da Teoria da Variação, também chamada de Sociolinguística Quantitativa. Os resultados da pesquisa, com a análise quantitativa dos dados linguísticos, por meio do programa estatístico VARBRUL (PINTZUK, 1988), mostraram uma acentuada variação na fala dos estudantes, que produziram tepe em 76% dos contextos de vibrante múltipla tanto em início de palavra, como em “Roma”, quanto em posição intervocálica de vibrante múltipla, como em “terra”. Os dados evidenciam a manutenção desse fenômeno em variação, já identificado em pesquisas desenvolvidas a partir dos anos de 1980, mesmo se tratando de sujeitos jovens, a maior parte deles não-detentora da língua de origem do seu grupo étnico.\",\"PeriodicalId\":31410,\"journal\":{\"name\":\"Working Papers em Linguistica\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-09-13\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Working Papers em Linguistica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021e76848\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Working Papers em Linguistica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1984-8420.2021e76848","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A história se faz presente: a influência dos dialetos italianos na fala em português de jovens estudantes do oeste de Santa Catarina
Este trabalho apresenta resultados de uma pesquisa que teve como foco a análise da variação linguística que caracteriza a interferência de uma língua de imigração na fala em português. Trata-se da interferência dos dialetos italianos, sobretudo o vêneto (também chamado de talian, em cenário brasileiro) e se evidencia especialmente por um fenômeno de variação fonológica, com a produção de tepe em contextos de vibrante múltipla, levando à produção de “caro” quando o esperado seria “carro”. Partindo de estudos anteriores sobre o tema, delimitou-se a análise a um grupo de 20 falantes jovens, sendo eles estudantes de anos finais do ensino fundamental (idade entre 12 e 16 anos, no período de desenvolvimento da pesquisa). Como base teórica, seguimos os preceitos da Teoria da Variação, também chamada de Sociolinguística Quantitativa. Os resultados da pesquisa, com a análise quantitativa dos dados linguísticos, por meio do programa estatístico VARBRUL (PINTZUK, 1988), mostraram uma acentuada variação na fala dos estudantes, que produziram tepe em 76% dos contextos de vibrante múltipla tanto em início de palavra, como em “Roma”, quanto em posição intervocálica de vibrante múltipla, como em “terra”. Os dados evidenciam a manutenção desse fenômeno em variação, já identificado em pesquisas desenvolvidas a partir dos anos de 1980, mesmo se tratando de sujeitos jovens, a maior parte deles não-detentora da língua de origem do seu grupo étnico.