E. Caeiro, Joana Almeida, P. Carreiro-Martins, B. Tavares, J. Fonseca, Rodrigo Rodrigues-Alves, Manuel Branco Ferreira
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Material e métodos: Para o estudo utilizaram-se os dados das concentrações médias diárias do pólen atmosférico de Amaranthaceae de 2001 a 2019, recolhidos na estação de monitorização de Évora da Rede Portuguesa de Aerobiologia – RPA e os dados diários dos parâmetros meteorológicos cedidos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera – IPMA. Resultados: O pólen de Amaranthaceae apresentou uma baixa representatividade sempre <1%. O índice de pólen anual médio foi de 400 ± 112 grãos de pólen. A estação polínica ocorreu entre abril e outubro, durou em média de 161 ± 16 dias, e observaram-se dois períodos distintos, um na primavera e outro no verão. Entre os níveis de pólen e os parâmetros meteorológicos obtiveram-se correlações estatisticamente significativas. Níveis de exposição superiores a 10 grãos/m3 registaram-se maioritariamente em maio, mas também no início de junho, em agosto e setembro. Conclusão: Apesar da baixa representatividade, das baixas concentrações, registam-se dias cujos níveis de exposição a este tipo de pólen oferecem risco de desencadearem sintomas de alergia na população. Ocorre no ar simultaneamente com outros pólenes de elevada alergenicidade, gramíneas e oliveira, com os quais apresenta reatividade cruzada. Este estudo demonstra a importância da monitorização deste tipo de pólen e a sua utilidade na clínica para a melhoria da qualidade de vida dos doentes com sensibilização ao pólen.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Análise aerobiológica e alergénica do pólen de Amaranthaceae na região do Alentejo (Sul de Portugal)\",\"authors\":\"E. Caeiro, Joana Almeida, P. Carreiro-Martins, B. 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Análise aerobiológica e alergénica do pólen de Amaranthaceae na região do Alentejo (Sul de Portugal)
Nos últimos anos, o pólen produzido pelas plantas da família Amaranthaceae tem ganho uma maior relevância como causa de alergia dado que as plantas desta família têm a capacidade de colonizar rapidamente zonas sob condições adversas que têm vindo a aumentar nalgumas regiões do mundo devido às alterações climáticas. Objetivos: 1) Analisar a prevalência e o comportamento aerobiólogico do pólen de Amaranthaceae na região do Alentejo; 2) analisar a influência dos fatores meteorológicos sobre as concentrações de pólen atmosféricas; e 3) avaliar os níveis de exposição. Material e métodos: Para o estudo utilizaram-se os dados das concentrações médias diárias do pólen atmosférico de Amaranthaceae de 2001 a 2019, recolhidos na estação de monitorização de Évora da Rede Portuguesa de Aerobiologia – RPA e os dados diários dos parâmetros meteorológicos cedidos pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera – IPMA. Resultados: O pólen de Amaranthaceae apresentou uma baixa representatividade sempre <1%. O índice de pólen anual médio foi de 400 ± 112 grãos de pólen. A estação polínica ocorreu entre abril e outubro, durou em média de 161 ± 16 dias, e observaram-se dois períodos distintos, um na primavera e outro no verão. Entre os níveis de pólen e os parâmetros meteorológicos obtiveram-se correlações estatisticamente significativas. Níveis de exposição superiores a 10 grãos/m3 registaram-se maioritariamente em maio, mas também no início de junho, em agosto e setembro. Conclusão: Apesar da baixa representatividade, das baixas concentrações, registam-se dias cujos níveis de exposição a este tipo de pólen oferecem risco de desencadearem sintomas de alergia na população. Ocorre no ar simultaneamente com outros pólenes de elevada alergenicidade, gramíneas e oliveira, com os quais apresenta reatividade cruzada. Este estudo demonstra a importância da monitorização deste tipo de pólen e a sua utilidade na clínica para a melhoria da qualidade de vida dos doentes com sensibilização ao pólen.