Elvis de Oliveira Mendes, Vagner Acácio de Oliveira
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O presente estudo pretende tecer algumas considerações sobre a visão trágica do filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o posterior advento dos totalitarismos no século XX. Ora, embora o filósofo tenha encerrado sua atividade intelectual no ano de 1889, vítima de um colapso nervoso, suas especulações sobre o Niilismo Europeu abarcam, dentro de uma perspectiva abrangente, o surgimento do totalitarismo enquanto uma consequência da própria dinâmica interna dos valores e da visão de mundo constitutivos da modernidade: primeiro, por sua lógica de organização social e política, pautados na racionalidade e nos ideais liberais; segundo, por seus projetos científicos e morais, herdeiros da avaliação cristã do mundo e, por fim, o princípio fundante da modernidade, a saber; “a fé no valor incondicional da verdade”, através da qual este período da história humana se estrutura como o desfecho de um processo de rebelião contra a natureza, a tradição e toda autoridade. Sendo assim, o niilismo é precisamente o desdobramento da lógica oculta da crença inabalável no valor incondicional da verdade, na qual estão ancorados todos os ideais e valores da modernidade, poderíamos dizer, seu “centro de gravidade”.