{"title":"《肥胖的身体,失败的身体:女人的身体和脂肪恐惧症》,伊莎贝拉·菲格雷多著","authors":"Romeu Foz","doi":"10.21814/diacritica.5104","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo analisa a obra A Gorda (2016) da escritora portuguesa Isabela Figueiredo. Proponho que a narrativa em causa questiona – e, em última instância, subverte – a ideia do corpo feminino enquanto objeto de consumo decretada por uma sociedade na qual a aparência física constitui um dos marcadores identitários fundamentais do sujeito. Defendo igualmente que A Gorda expõe uma sociedade ocidental que, ao ser predominantemente gordofóbica, sentencia o corpo gordo da mulher ao que apelido de corpo-fracasso. Por fim, advogo que o romance analisado se revela um marco incontornável da literatura portuguesa contemporânea, na medida em que alerta o leitor no sentido de uma valorização do indivíduo para além dos estereótipos (castradores) de beleza vigentes, contribuindo assim para uma disrupção da ordem hegemónica patriarcal, em particular das suas narrativas (violentas) sobre o corpo gordo da mulher. ","PeriodicalId":33760,"journal":{"name":"Diacritica","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Corpo gordo, corpo falhado: o corpo da mulher e a gordofobia em A Gorda, de Isabela Figueiredo\",\"authors\":\"Romeu Foz\",\"doi\":\"10.21814/diacritica.5104\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O presente artigo analisa a obra A Gorda (2016) da escritora portuguesa Isabela Figueiredo. Proponho que a narrativa em causa questiona – e, em última instância, subverte – a ideia do corpo feminino enquanto objeto de consumo decretada por uma sociedade na qual a aparência física constitui um dos marcadores identitários fundamentais do sujeito. Defendo igualmente que A Gorda expõe uma sociedade ocidental que, ao ser predominantemente gordofóbica, sentencia o corpo gordo da mulher ao que apelido de corpo-fracasso. Por fim, advogo que o romance analisado se revela um marco incontornável da literatura portuguesa contemporânea, na medida em que alerta o leitor no sentido de uma valorização do indivíduo para além dos estereótipos (castradores) de beleza vigentes, contribuindo assim para uma disrupção da ordem hegemónica patriarcal, em particular das suas narrativas (violentas) sobre o corpo gordo da mulher. \",\"PeriodicalId\":33760,\"journal\":{\"name\":\"Diacritica\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-12-28\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Diacritica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.21814/diacritica.5104\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q3\",\"JCRName\":\"Arts and Humanities\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Diacritica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21814/diacritica.5104","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
Corpo gordo, corpo falhado: o corpo da mulher e a gordofobia em A Gorda, de Isabela Figueiredo
O presente artigo analisa a obra A Gorda (2016) da escritora portuguesa Isabela Figueiredo. Proponho que a narrativa em causa questiona – e, em última instância, subverte – a ideia do corpo feminino enquanto objeto de consumo decretada por uma sociedade na qual a aparência física constitui um dos marcadores identitários fundamentais do sujeito. Defendo igualmente que A Gorda expõe uma sociedade ocidental que, ao ser predominantemente gordofóbica, sentencia o corpo gordo da mulher ao que apelido de corpo-fracasso. Por fim, advogo que o romance analisado se revela um marco incontornável da literatura portuguesa contemporânea, na medida em que alerta o leitor no sentido de uma valorização do indivíduo para além dos estereótipos (castradores) de beleza vigentes, contribuindo assim para uma disrupção da ordem hegemónica patriarcal, em particular das suas narrativas (violentas) sobre o corpo gordo da mulher.