M. Silva, Marisa Paulino, Célia Costa, F. Duarte, M. Barbosa, Maria Santos
{"title":"LTP综合征:临床和分子致敏特征——Alex方法® 宏数组","authors":"M. Silva, Marisa Paulino, Célia Costa, F. Duarte, M. Barbosa, Maria Santos","doi":"10.32932/rpia.2021.12.070","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A alergia alimentar afeta milhões de pessoas globalmente. As proteínas de transferência lipídica (LTP) são panalergénios presentes em alimentos vegetais cujos sintomas de sensibilização variam de síndrome de alergia oral (SAO) a anafilaxia. Objetivo: Caraterização do perfil de sensibilização clínica e molecular de doentes com história de reação prévia a alimentos contendo LTP. Material e métodos: Estudo retrospetivo incluindo 15 doentes com história de reação sistémica a alimentos contendo LTP. Os doentes foram caracterizados quanto a sintomas e sensibilização em testes cutâneos por picada (TCP) com extrato comercial e alimentos em natureza (TC PP). Foi realizado Macroarray Allergy Explorer-ALEX® para avaliação de valores de IgE total, IgE específica para componentes moleculares (IgEcm) e extratos totais (IgEet). Resultados: Quinze doentes, 73% mulheres, média de idades 30,7±13,7 anos. Média de idades no primeiro episódio foi 21,8±10,5 anos, manifestando-se como anafilaxia n=8 (maçã, pêssego, frutos secos), urticária/angioedema n=4 (maçã, pêssego, amendoim) e SAO n=3 (maçã, pêssego, amendoim). IgE total média: 430,5kU/L. Identificaram-se as seguintes LTP (N; IgEcm média±desvio padrão-kU/L): Pru p 3 (15; 15,7±21,5), Ara h 9 (10; 2,9±4), Mal d 3 (9; 1,5±1,7), Act d 10 (6; 0,6±1), Vit v 1 (6; 1,8±2,5), Cor a 8 (4; 0,1±0,2), Sola l 6 (1; 0,88). Com pêssego todas as associações entre clínica, testes cutâneos e valores de IgE tiveram concordância k=1; concordância da clínica com TCP e TC PP foi superior para maçã (k=0,44; p=0,03); concordância da clínica com IgEet foi superior para amendoim (k=0,87; p<0,01); concordância da clínica com IgEcm foi superior para avelã (k=0,70; p<0,01) e uva (k=0,55; p=0,02). Conclusões: A técnica ALEX® permitiu identificar simultaneamente a IgE total, IgEet e IgEcm, simplificando a interpretação e correlação clínica dos resultados. Neste estudo demonstramos que, para diferentes alimentos, o método diagnóstico com maior concordância com a clínica é variável e dependente do alimento. Será necessário um estudo prospetivo mais alargado para aferir a sensibilidade e especificidade deste teste.","PeriodicalId":21399,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Imunoalergologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":"{\"title\":\"Síndrome LTP: Caraterização do perfil clínico e molecular de sensibilização – Método Alex® Macroarray\",\"authors\":\"M. Silva, Marisa Paulino, Célia Costa, F. Duarte, M. Barbosa, Maria Santos\",\"doi\":\"10.32932/rpia.2021.12.070\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A alergia alimentar afeta milhões de pessoas globalmente. As proteínas de transferência lipídica (LTP) são panalergénios presentes em alimentos vegetais cujos sintomas de sensibilização variam de síndrome de alergia oral (SAO) a anafilaxia. 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Síndrome LTP: Caraterização do perfil clínico e molecular de sensibilização – Método Alex® Macroarray
Introdução: A alergia alimentar afeta milhões de pessoas globalmente. As proteínas de transferência lipídica (LTP) são panalergénios presentes em alimentos vegetais cujos sintomas de sensibilização variam de síndrome de alergia oral (SAO) a anafilaxia. Objetivo: Caraterização do perfil de sensibilização clínica e molecular de doentes com história de reação prévia a alimentos contendo LTP. Material e métodos: Estudo retrospetivo incluindo 15 doentes com história de reação sistémica a alimentos contendo LTP. Os doentes foram caracterizados quanto a sintomas e sensibilização em testes cutâneos por picada (TCP) com extrato comercial e alimentos em natureza (TC PP). Foi realizado Macroarray Allergy Explorer-ALEX® para avaliação de valores de IgE total, IgE específica para componentes moleculares (IgEcm) e extratos totais (IgEet). Resultados: Quinze doentes, 73% mulheres, média de idades 30,7±13,7 anos. Média de idades no primeiro episódio foi 21,8±10,5 anos, manifestando-se como anafilaxia n=8 (maçã, pêssego, frutos secos), urticária/angioedema n=4 (maçã, pêssego, amendoim) e SAO n=3 (maçã, pêssego, amendoim). IgE total média: 430,5kU/L. Identificaram-se as seguintes LTP (N; IgEcm média±desvio padrão-kU/L): Pru p 3 (15; 15,7±21,5), Ara h 9 (10; 2,9±4), Mal d 3 (9; 1,5±1,7), Act d 10 (6; 0,6±1), Vit v 1 (6; 1,8±2,5), Cor a 8 (4; 0,1±0,2), Sola l 6 (1; 0,88). Com pêssego todas as associações entre clínica, testes cutâneos e valores de IgE tiveram concordância k=1; concordância da clínica com TCP e TC PP foi superior para maçã (k=0,44; p=0,03); concordância da clínica com IgEet foi superior para amendoim (k=0,87; p<0,01); concordância da clínica com IgEcm foi superior para avelã (k=0,70; p<0,01) e uva (k=0,55; p=0,02). Conclusões: A técnica ALEX® permitiu identificar simultaneamente a IgE total, IgEet e IgEcm, simplificando a interpretação e correlação clínica dos resultados. Neste estudo demonstramos que, para diferentes alimentos, o método diagnóstico com maior concordância com a clínica é variável e dependente do alimento. Será necessário um estudo prospetivo mais alargado para aferir a sensibilidade e especificidade deste teste.