印象与档案:Carolina Maria de Jesus的《伊夫霍区的生活、文学和文学生活笔记》

G. Tanus
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Cogitamos refletir sobre o arquivo da escritora, pensando o trânsito performático rumo às instituições custodiadoras, estas que são, sobretudo, de conservação de arquivos de escritores da tradição; deslocamento do texto literário dela, lido antes como documental, para os documentos de acervo, que são literatura em potência de ser editada e/ou reeditada, portanto, recebida e possivelmente repensada em outras críticas. Observamos o caminho desde o arquivo que é “cérebro do poeta”, às suas “impressões” literárias, a que o livro aqui analisado é bastante representativo, reforçadas as impressões sobre a vida, a literatura, a vida literária e a “sobrevida”, esta em senso derridiano, ao que conectaremos à perspectiva de “escrevivência de nós”, ato/termo elaborado pela escritora crítica Conceição Evaristo. Para este ensaio, convocamos, além dela, Foucault, Derrida, Bhabha, sem os quais não poderíamos questionar as formas e os conteúdos dos arquivos da colonialidade, estes também contribuidores para a formação da ideia de nação, a qual está representada nos arquivos da nação, seja pela presença do gênio, do herói, seja pela ausência do que é posto como popular, como antagonista, como marginal.","PeriodicalId":30964,"journal":{"name":"Anuario de Literatura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-02-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Impressões e arquivos: notas sobre-vida, literatura e vida literária em Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus\",\"authors\":\"G. 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摘要

在这篇文章中,我们提出了对文学档案的批评,特别是对卡罗莱纳·玛丽亚·德·耶稣档案的反思。我们的第一个动机来自于阅读作者的《驱逐室》(1960);这本书是她在文学上的首次亮相,包括她的回忆录,在第一个小时的接待中,对她生活的社会环境的各个方面进行了纪录片的关注,并记录了她的记忆。过去关于地方设备感兴趣,有关巴西的所谓的文学传统也不欢迎写作diarística的都分不清的家伙,作者将无法在认可和生活的地方,一个稳定的专业作家的写作质量。我们考虑反思作家的档案,思考向保管机构的表演过渡,这些机构主要是传统作家档案的保存;将她的文学文本,以前作为纪录片阅读,转移到收藏文件,这是可能被编辑和/或重新编辑的文学,因此接受和可能在其他批评中重新思考。观察该文件从诗人的大脑到底是“文学”,他们的“指纹”,书的分析是颇具代表性,加强对生活、文学、文学和“生存”,这个在derridiano,连接的前景“escrevivência我们”,行为/终止由作家批评·埃。。在这个测试中,我们除了她,福柯、德里达、巴巴,没有它我们不能质疑colonialidade档案的形式和内容,这些也是贡献者的形成到国家的想法,这是我们的民族英雄的存在,是天才,是因为缺乏被认为是受欢迎的,幸福,像垃圾。
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Impressões e arquivos: notas sobre-vida, literatura e vida literária em Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus
Neste ensaio, propomos uma crítica sobre arquivos literários, refletindo, sobretudo o arquivo da Carolina Maria de Jesus. Nossa motivação primeira advém da leitura de Quarto de despejo (1960), da autora; livro que é sua estreia na literatura e contemplou seus cadernos de memórias, edição que teve, numa recepção de primeira hora, foco documental nos aspectos do ambiente social no qual ela vivia e sobre o qual ela registrara suas memórias. Passado esse interesse sobre os lugares periféricos, relacionando também a uma dita tradição literária brasileira que não recebe bem a escrita diarística que não a de um sujeito mesmo, a autora não conseguira, em vida, um lugar estável e de reconhecimento pela qualidade de sua escrita, na profissão de escritora. Cogitamos refletir sobre o arquivo da escritora, pensando o trânsito performático rumo às instituições custodiadoras, estas que são, sobretudo, de conservação de arquivos de escritores da tradição; deslocamento do texto literário dela, lido antes como documental, para os documentos de acervo, que são literatura em potência de ser editada e/ou reeditada, portanto, recebida e possivelmente repensada em outras críticas. Observamos o caminho desde o arquivo que é “cérebro do poeta”, às suas “impressões” literárias, a que o livro aqui analisado é bastante representativo, reforçadas as impressões sobre a vida, a literatura, a vida literária e a “sobrevida”, esta em senso derridiano, ao que conectaremos à perspectiva de “escrevivência de nós”, ato/termo elaborado pela escritora crítica Conceição Evaristo. Para este ensaio, convocamos, além dela, Foucault, Derrida, Bhabha, sem os quais não poderíamos questionar as formas e os conteúdos dos arquivos da colonialidade, estes também contribuidores para a formação da ideia de nação, a qual está representada nos arquivos da nação, seja pela presença do gênio, do herói, seja pela ausência do que é posto como popular, como antagonista, como marginal.
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