{"title":"边缘晚期资本主义的解放训练:教育监管的乌托邦视野还是具体的革命预备?","authors":"Adolfo Miranda Oleare, R. Loureiro","doi":"10.35168/2175-2613.utp.pens_ed.2021.vol16.n44.pp15-41","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A partir das provocações de Educação e emancipação (ADORNO, 2000), este artigo problematiza a demanda pela tematização de relações possíveis entre as noções de emancipação e Bildung. Adorno aborda as determinações radicalmente alienantes da história ocidental, tanto no mundo feudal, governado por instâncias transcendentais, quanto no mundo capitalista, regido pela hegemonia da razão instrumental. A formação emancipatória constitui-se, concomitantemente, como horizonte concreto de regulação do sistema educacional, cujo telos é a promoção da maioridade e da autonomia, e como propedêutica revolucionária, a partir do debate sistemático acerca das contradições estruturais do capitalismo e das condições objetivas e subjetivas para o processo revolucionário. Sustenta-se a hipótese de que ainda é atual e profícuo o investimento teórico na constante reelaboração do conceito de Bildung, entendido como formação crítico-negativa, cujo escopo é implementar e consolidar a justiça social, o que significa eliminar da sociedade todo tipo de exploração que oprime e promover o máximo possível de liberdade, a partir das potências de perfectibilidade inscritas nos processos de humanização. Portanto, ainda que haja na atualidade pensadores para os quais a aquisição de conhecimento está cada vez mais distante da ideia de formação do espírito, o debate estabelecido aqui nos leva a assumir uma posição contrária. Entendemos que a questão da Bildung, da formação cultural, do cultivo de si, da constituição imanente da subjetividade não é algo de que indivíduos e sociedades possam abdicar, assim como não é um problema que venha a chegar a termo, numa solução definitiva. \nPalavras-chave: Educação. Emancipação. Bildung. Capitalismo periférico. 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Formar para a emancipação no capitalismo tardio periférico: horizonte utópico de regulação da educação ou propedêutica revolucionária concreta?
A partir das provocações de Educação e emancipação (ADORNO, 2000), este artigo problematiza a demanda pela tematização de relações possíveis entre as noções de emancipação e Bildung. Adorno aborda as determinações radicalmente alienantes da história ocidental, tanto no mundo feudal, governado por instâncias transcendentais, quanto no mundo capitalista, regido pela hegemonia da razão instrumental. A formação emancipatória constitui-se, concomitantemente, como horizonte concreto de regulação do sistema educacional, cujo telos é a promoção da maioridade e da autonomia, e como propedêutica revolucionária, a partir do debate sistemático acerca das contradições estruturais do capitalismo e das condições objetivas e subjetivas para o processo revolucionário. Sustenta-se a hipótese de que ainda é atual e profícuo o investimento teórico na constante reelaboração do conceito de Bildung, entendido como formação crítico-negativa, cujo escopo é implementar e consolidar a justiça social, o que significa eliminar da sociedade todo tipo de exploração que oprime e promover o máximo possível de liberdade, a partir das potências de perfectibilidade inscritas nos processos de humanização. Portanto, ainda que haja na atualidade pensadores para os quais a aquisição de conhecimento está cada vez mais distante da ideia de formação do espírito, o debate estabelecido aqui nos leva a assumir uma posição contrária. Entendemos que a questão da Bildung, da formação cultural, do cultivo de si, da constituição imanente da subjetividade não é algo de que indivíduos e sociedades possam abdicar, assim como não é um problema que venha a chegar a termo, numa solução definitiva.
Palavras-chave: Educação. Emancipação. Bildung. Capitalismo periférico. Propedêutica revolucionária.