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摘要
本文探讨了西西里作家列奥纳多·夏西亚对“沉默法则”omerta的思考。这种做法被认为是一种文化习俗,因为它是一种文化习俗,而不是一种宗教习俗。在散文和作者的一些小说中都可以找到对omerta的批评,如《Il giorno della civetta》(1961)、《ciascuno Il suo》(1967)和《Il contesto》(1971)。这些提到可能表明,这种做法是Sciascia主要关注的问题,尽管在对他的工作的研究中很少提及。人们认为,这位知识分子被认为是第一个在文学中以非民间方式接近黑手党的人,加上引用的小说中没有提到omerta这个词,最终转移了人们对黑手党沉默的关注,这在他的作品中巧妙地呈现出来。对于Sciascia来说,omerta的做法,除了确保黑手党不受惩罚之外,还将西西里人置于黑手党保护人的麻烦位置。因此,我们认为对黑手党的沉默(而不是黑手党的沉默)是作者对西西里社会最大的指责。
O presente artigo investiga as considerações do escritor siciliano Leonardo Sciascia a respeito da omertà, a “lei do silêncio”. A prática está, em sua origem, ligada ao modus operandi da malavita meridionale, embora também seja considerada um hábito cultural da sociedade siciliana. Encontramos críticas à omertà tanto em ensaios quanto em alguns romances do autor, como Il giorno della civetta (1961), A ciascuno il suo (1967) e Il contesto (1971). Estas menções podem indicar que essa prática foi uma importante preocupação de Sciascia, embora tenha sido escassamente abordada em estudos sobre a sua obra. Acredita-se que o fato de o intelectual ser lembrado como o primeiro a abordar a máfia na literatura, de maneira não folclórica, associado à ausência de qualquer menção à palavra omertà nos romances citados, acabou por desviar o foco do silêncio vinculado à máfia, presente sutilmente em suas obras. Para Sciascia, a prática da omertà, além de garantir a impunidade da máfia, colocava o siciliano na incômoda posição de protetor dos mafiosos. Sendo assim, consideramos ser o silêncio sobre a máfia (e não o silêncio da máfia) a maior acusação feita pelo escritor à sociedade siciliana.