{"title":"安娜·特蕾莎·佩雷拉的性格:圆形,谜,秘密","authors":"A. R. Sousa","doi":"10.22201/ffyl.01860526p.2022.25.1.1714","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo pretende contribuir para o estudo da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira, procurando acrescentar às análises já conhecidas da sua obra um estudo sobre alguns procedimentos narrativos que ajudam a esclarecer a produção do efeito enigmático que emana de cada um dos seus livros. Com este objetivo, o artigo começa por discutir a pertinência desta obra no contexto da literatura portuguesa, contrastando-a com a evidente falta de atenção mediática e até académica que mesmo tem sofrido. Neste âmbito, procura-se recolher o essencial da crítica especializada de forma a relacionar as dificuldades intrínsecas da leitura desta obra com a sua recepção, convocando as reflexões de Rui Magalhães, Fernando Guerreiro, Duarte Pinheiro e Amândio Reis. Num segundo momento, tenta-se destacar algumas ideias fundamentais herdadas de géneros literários relativamente pouco frequentados na literatura portuguesa: a narrativa policial e fantástica, utilizando, para o efeito, as reflexões de Jorge Luis Borges e Tzvetan Todorov, respectivamente. Num terceiro momento, realiza-se uma análise de As personagens (1990), segundo livro da autora, pensando-o a partir da perspectiva pigliana sobre conto e novela. Por último, demonstra-se que a poética de Ana Teresa Pereira pode ser compreendida, na sua obsessão labiríntica, como programática no sentido em que, além dos seus temas mais assinalados – a (im)possibilidade representação, o fantasma da identidade, a angústia do confronto – é possível compreender uma preocupação e reflexão profundas sobre a composição de um texto e de um livro.","PeriodicalId":34514,"journal":{"name":"Anuario de Letras Modernas","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"As personagens de Ana Teresa Pereira: circularidade, enigma, segredo\",\"authors\":\"A. R. Sousa\",\"doi\":\"10.22201/ffyl.01860526p.2022.25.1.1714\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo pretende contribuir para o estudo da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira, procurando acrescentar às análises já conhecidas da sua obra um estudo sobre alguns procedimentos narrativos que ajudam a esclarecer a produção do efeito enigmático que emana de cada um dos seus livros. Com este objetivo, o artigo começa por discutir a pertinência desta obra no contexto da literatura portuguesa, contrastando-a com a evidente falta de atenção mediática e até académica que mesmo tem sofrido. Neste âmbito, procura-se recolher o essencial da crítica especializada de forma a relacionar as dificuldades intrínsecas da leitura desta obra com a sua recepção, convocando as reflexões de Rui Magalhães, Fernando Guerreiro, Duarte Pinheiro e Amândio Reis. Num segundo momento, tenta-se destacar algumas ideias fundamentais herdadas de géneros literários relativamente pouco frequentados na literatura portuguesa: a narrativa policial e fantástica, utilizando, para o efeito, as reflexões de Jorge Luis Borges e Tzvetan Todorov, respectivamente. Num terceiro momento, realiza-se uma análise de As personagens (1990), segundo livro da autora, pensando-o a partir da perspectiva pigliana sobre conto e novela. Por último, demonstra-se que a poética de Ana Teresa Pereira pode ser compreendida, na sua obsessão labiríntica, como programática no sentido em que, além dos seus temas mais assinalados – a (im)possibilidade representação, o fantasma da identidade, a angústia do confronto – é possível compreender uma preocupação e reflexão profundas sobre a composição de um texto e de um livro.\",\"PeriodicalId\":34514,\"journal\":{\"name\":\"Anuario de Letras Modernas\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-05-28\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anuario de Letras Modernas\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22201/ffyl.01860526p.2022.25.1.1714\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anuario de Letras Modernas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22201/ffyl.01860526p.2022.25.1.1714","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
As personagens de Ana Teresa Pereira: circularidade, enigma, segredo
Este artigo pretende contribuir para o estudo da escritora portuguesa Ana Teresa Pereira, procurando acrescentar às análises já conhecidas da sua obra um estudo sobre alguns procedimentos narrativos que ajudam a esclarecer a produção do efeito enigmático que emana de cada um dos seus livros. Com este objetivo, o artigo começa por discutir a pertinência desta obra no contexto da literatura portuguesa, contrastando-a com a evidente falta de atenção mediática e até académica que mesmo tem sofrido. Neste âmbito, procura-se recolher o essencial da crítica especializada de forma a relacionar as dificuldades intrínsecas da leitura desta obra com a sua recepção, convocando as reflexões de Rui Magalhães, Fernando Guerreiro, Duarte Pinheiro e Amândio Reis. Num segundo momento, tenta-se destacar algumas ideias fundamentais herdadas de géneros literários relativamente pouco frequentados na literatura portuguesa: a narrativa policial e fantástica, utilizando, para o efeito, as reflexões de Jorge Luis Borges e Tzvetan Todorov, respectivamente. Num terceiro momento, realiza-se uma análise de As personagens (1990), segundo livro da autora, pensando-o a partir da perspectiva pigliana sobre conto e novela. Por último, demonstra-se que a poética de Ana Teresa Pereira pode ser compreendida, na sua obsessão labiríntica, como programática no sentido em que, além dos seus temas mais assinalados – a (im)possibilidade representação, o fantasma da identidade, a angústia do confronto – é possível compreender uma preocupação e reflexão profundas sobre a composição de um texto e de um livro.