维持殖民语言意识形态赤字的官方政策和计划

H. J. D. Lima, T. Rezende
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Com a presente discussão, propomos uma reflexão crítica sobre os impactos da concepção teórica de interlíngua nas análises linguísticas das práticas escritas expressas em português pelas pessoas surdas na manutenção da ideologia colonial do déficit, por força das políticas e dos planejamentos linguísticos oficiais monolíngues homogeneizadores. No que se refere ao processo de aquisição/aprendizagem do português escrito pela pessoa surda, a língua emergente, denominada neste texto como interportuguês do(a) surdo(a), é considerada deficitária, uma vez que a interferência da libras no português distancia o sistema interlinguístico emergente do modelo de língua determinado para todos(as). Ideologicamente, a concepção de interportuguês sustenta a colonialidade da linguagem por meio da concepção de “erros”, discursivamente suavizada com eufemismos como “omissão”, “inadequação”, “falha”, “desvios”, “trocas” etc., mantida nas práticas de ensino, gerando violências epistêmicas. 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摘要

巴西葡萄牙语与任何语言一样,是一种互动多样性的语言结构,但那些民族仍然与世隔绝的语言除外。尽管如此,关于语言接触政策的研究主要采用语言之间的干扰作为分析工具,总体上指出了不足。其中一个工具是中介语的意识形态概念,例如,中介语是理解克里奥尔语言的基础。作为一种假设,自巴西殖民以来,在语言之间不对称接触的情况下,中介语一直被用于语言教学。通过这一讨论,我们提出了一个批判性的反思,即中介语理论概念在聋人用葡萄牙语表达的书面实践的语言学分析中的影响,由于单一语言的官方语言政策和规划的同质化,在维持殖民主义意识形态的赤字中。关于聋人获得/学习书面葡萄牙语的过程,本文中称为聋人中介的新兴语言被认为是不足的,因为图书馆对葡萄牙语的干扰使新兴的语际系统与为所有人确定的语言模式拉开了距离。在意识形态上,中介概念通过“错误”的概念来维持语言的殖民性,并用“省略”、“不足”、“失败”、“偏离”、“交流”等委婉语来软化话语,在教学实践中得以维持,产生了认识暴力。从非殖民化社会语言学的角度来看,我们认为迫切需要通过教学,特别是在语言和历史上从属民族的背景下,将维持认知暴力的语言概念问题化。
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O Português Brasileiro é uma construção linguística na/da diversidade na interação, como qualquer língua, exceto aquelas cujos povos ainda se encontram isolados. Apesar disso, os estudos sobre políticas de contato linguístico empregam como ferramenta de análise, principalmente, as interferências entre as línguas, em geral, apontadoras de déficit. Uma dessas ferramentas é a noção ideológica da interlíngua, base do entendimento do que sejam as línguas crioulas, por exemplo. Como um pressuposto, a interlíngua tem sido empregada no ensino de línguas em situação de contato assimétrico entre línguas, desde a colonização do Brasil. Com a presente discussão, propomos uma reflexão crítica sobre os impactos da concepção teórica de interlíngua nas análises linguísticas das práticas escritas expressas em português pelas pessoas surdas na manutenção da ideologia colonial do déficit, por força das políticas e dos planejamentos linguísticos oficiais monolíngues homogeneizadores. No que se refere ao processo de aquisição/aprendizagem do português escrito pela pessoa surda, a língua emergente, denominada neste texto como interportuguês do(a) surdo(a), é considerada deficitária, uma vez que a interferência da libras no português distancia o sistema interlinguístico emergente do modelo de língua determinado para todos(as). Ideologicamente, a concepção de interportuguês sustenta a colonialidade da linguagem por meio da concepção de “erros”, discursivamente suavizada com eufemismos como “omissão”, “inadequação”, “falha”, “desvios”, “trocas” etc., mantida nas práticas de ensino, gerando violências epistêmicas. Da perspectiva da Sociolinguística Decolonial, consideramos urgente a necessidade de problematizar concepções linguísticas que sustentam violências epistêmicas por meio do ensino, especialmente em contextos de línguas e povos historicamente subalternizados.
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