{"title":"安哥拉葡萄牙语介于欧洲葡萄牙语和巴西葡萄牙语之间","authors":"José Gueleka Kandjandja Kapetula","doi":"10.22562/2020.53.05","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é o de apresentar os resultados do estudo realizado sobre a interpretação de sujeitos pronominais de 3ª pessoa por falantes nativos do português de Angola (doravante, PA), tendo em conta antecedentes com características diferentes. Pretendeu-se comparar estes resultados com o dos falantes do português europeu (doravante, PE) e com os resultados obtidos em estudos semelhantes para o português brasileiro (doravante, PB). Os resultados obtidos mostraram-nos que: i) no PA os sujeitos nulos são preferencialmente interpretados como correferentes com antecedentes quantificados, os sujeitos pronominais também aceitam a interpretação de variável ligada, o que é improvável numa língua de sujeito nulo; ii) em contexto de orações completivas, os pronomes nulos estabelecem preferencialmente correferência com sujeito matriz; em contexto de adverbial a preferência do pronome nulo por retomar o sujeito matriz não é clara; nestes dois contextos, os sujeitos pronominais tanto podem retomar um antecedente sujeito como um antecedente objeto; iii) no PA aceita-se preferencialmente um tipo de leitura que recupera parcialmente o sujeito na posição mais alta da frase, ainda que esta tendência não seja tão marcada como a que se verifica para o PE; iv) nos contextos em que as leituras são forçadas, o sujeito nulo no PA aceita uma leitura correferente com antecedente sujeito, tal como no PE, assim como aceita também uma leitura correferente com um antecedente objeto, ao contrário do PB.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"O Português de Angola entre o Português Europeu e o Português Brasileiro\",\"authors\":\"José Gueleka Kandjandja Kapetula\",\"doi\":\"10.22562/2020.53.05\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O objetivo deste artigo é o de apresentar os resultados do estudo realizado sobre a interpretação de sujeitos pronominais de 3ª pessoa por falantes nativos do português de Angola (doravante, PA), tendo em conta antecedentes com características diferentes. Pretendeu-se comparar estes resultados com o dos falantes do português europeu (doravante, PE) e com os resultados obtidos em estudos semelhantes para o português brasileiro (doravante, PB). Os resultados obtidos mostraram-nos que: i) no PA os sujeitos nulos são preferencialmente interpretados como correferentes com antecedentes quantificados, os sujeitos pronominais também aceitam a interpretação de variável ligada, o que é improvável numa língua de sujeito nulo; ii) em contexto de orações completivas, os pronomes nulos estabelecem preferencialmente correferência com sujeito matriz; em contexto de adverbial a preferência do pronome nulo por retomar o sujeito matriz não é clara; nestes dois contextos, os sujeitos pronominais tanto podem retomar um antecedente sujeito como um antecedente objeto; iii) no PA aceita-se preferencialmente um tipo de leitura que recupera parcialmente o sujeito na posição mais alta da frase, ainda que esta tendência não seja tão marcada como a que se verifica para o PE; iv) nos contextos em que as leituras são forçadas, o sujeito nulo no PA aceita uma leitura correferente com antecedente sujeito, tal como no PE, assim como aceita também uma leitura correferente com um antecedente objeto, ao contrário do PB.\",\"PeriodicalId\":33856,\"journal\":{\"name\":\"Cadernos do CEOM\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2020-12-18\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Cadernos do CEOM\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22562/2020.53.05\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos do CEOM","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22562/2020.53.05","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O Português de Angola entre o Português Europeu e o Português Brasileiro
O objetivo deste artigo é o de apresentar os resultados do estudo realizado sobre a interpretação de sujeitos pronominais de 3ª pessoa por falantes nativos do português de Angola (doravante, PA), tendo em conta antecedentes com características diferentes. Pretendeu-se comparar estes resultados com o dos falantes do português europeu (doravante, PE) e com os resultados obtidos em estudos semelhantes para o português brasileiro (doravante, PB). Os resultados obtidos mostraram-nos que: i) no PA os sujeitos nulos são preferencialmente interpretados como correferentes com antecedentes quantificados, os sujeitos pronominais também aceitam a interpretação de variável ligada, o que é improvável numa língua de sujeito nulo; ii) em contexto de orações completivas, os pronomes nulos estabelecem preferencialmente correferência com sujeito matriz; em contexto de adverbial a preferência do pronome nulo por retomar o sujeito matriz não é clara; nestes dois contextos, os sujeitos pronominais tanto podem retomar um antecedente sujeito como um antecedente objeto; iii) no PA aceita-se preferencialmente um tipo de leitura que recupera parcialmente o sujeito na posição mais alta da frase, ainda que esta tendência não seja tão marcada como a que se verifica para o PE; iv) nos contextos em que as leituras são forçadas, o sujeito nulo no PA aceita uma leitura correferente com antecedente sujeito, tal como no PE, assim como aceita também uma leitura correferente com um antecedente objeto, ao contrário do PB.