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Nobres leitores: recepção de romances pela família imperial brasileira
Este trabalho analisa a recepção de romances por membros da Família Imperial Brasileira com o objetivo de compreender como obras desse gênero foram lidas e entendidas por parte da elite oitocentista. Para tanto, foram considerados os relatos de leitura presentes no diário da imperatriz Teresa Cristina, escrito entre 1856 e 1887, e nas cartas trocadas entre o imperador Pedro II, a princesa Isabel e a imperatriz, entre 1854 e 1889. Suas práticas de leitura são apresentadas e analisadas por meio do exame de três aspectos principais: de que forma os romances eram lidos e como circulavam; quais opiniões foram externadas sobre o gênero romanesco; e que conceito foi formulado sobre Ivanhoé, romance de Walter Scott, objeto de discussões literárias entre o Pedro II e a princesa Isabel. Conclui-se que a família imperial reagiu aos romances de maneira semelhante à dos leitores comuns e que é falsa a ideia de que romances eram destinados a públicos pouco instruídos, formados por mulheres, jovens e pobres.