怪物与边界:厄休拉的哥特式表现与基隆博拉斯的故事

IF 0.1 0 LITERATURE, ROMANCE Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira Pub Date : 2022-09-08 DOI:10.17851/2358-9787.31.2.193-219
Laísa Marra
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Nesse sentido, pretende-se também contribuir com a teoria sobre o gótico literário perscrutando o seu inconsciente não em suas narrativas modelo, em ascensão durante o período imperialista ocidental, mas nos desvios, em narrativas provenientes de uma ex-colônia. Como resultado, observa-se que o aspecto do medo do cruzamento de fronteiras étnico-raciais é um fator central para que se compreenda melhor esse gênero.Palavras-chave: Maria Firmina dos Reis; Bernardo Guimarães; gótico.Abstract: The article compares the novel Úrsula (1859), by Maria Firmina dos Reis, and the novel Uma história de quilombolas (1871), by Bernardo Guimarães in terms of the dialogue that both establish with the conventions of the English Gothic novel. The objective is to examine how Reis and Guimarães appropriate, update or subvert the ethnic-racial component of the monster representation within the slave context of their narratives. 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摘要

摘要:本文比较了玛丽亚·菲尔米娜·杜斯·雷斯的小说《厄秀拉》(1859年)和贝尔纳多·吉马良斯的小说《乌玛历史》(1871年),探讨了两者与英国哥特式小说传统的对话。目的是研究Reis和Guimarães如何在其叙事的奴隶背景下恰当、更新或颠覆怪物形象中的种族成分。我们检验了这样一种假设,即在他们每个人身上,恐惧的构建都是通过对怪物的塑造而发生的,而这种塑造与叙事声音的种族认同密切相关。从这个意义上说,它还旨在为文学哥特式理论做出贡献,审视其无意识,而不是在西方帝国主义时期兴起的模式叙事中,而是在来自前殖民地的叙事中的偏差中。因此,人们观察到,跨越种族和民族边界的恐惧是更好地理解这一类型的一个核心因素。关键词:Maria Firmina dos Reis;贝尔纳多·吉马良斯;摘要:本文比较了玛丽亚·菲尔米娜·杜斯·雷斯的小说《Úrsula》(1859年)和贝尔纳多·吉马良斯的小说《乌玛·história de quilombolas》(1871年)的对话,这两部小说都符合英国哥特式小说的惯例。目的是研究Reis和Guimarães如何在其叙事的奴隶背景下恰当、更新或颠覆怪物形象中的种族成分。假设是,在他们每一个人身上,恐惧的构建都是通过怪物的形象发生的,这与叙事声音的种族认同密切相关。从这个意义上说,它还旨在为文学哥特式理论做出贡献,不是在西方帝国主义时期兴起的模式叙事中,而是在前殖民地的叙事中,在其偏差中,窥视其无意识。因此,人们观察到,跨越种族边界的恐惧是更好地理解这一类型的核心因素。关键词:玛丽亚·菲尔米娜·杜斯·赖斯;贝尔纳多·吉马良斯,哥特式。
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Resumo: O artigo compara o romance Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, e a novela Uma história de quilombolas (1871), de Bernardo Guimarães no que diz respeito ao diálogo que ambos estabelecem com as convenções do romance gótico inglês. O objetivo é examinar como Reis e Guimarães se apropriam, atualizam ou subvertem o componente étnico-racial da representação do monstro dentro do contexto escravocrata de suas narrativas. Examina-se a hipótese de que, em cada uma delas, a construção do medo se dá por meio da figuração do monstruoso, sendo que essa figuração se relaciona intimamente com a identificação racial da voz narrativa. Nesse sentido, pretende-se também contribuir com a teoria sobre o gótico literário perscrutando o seu inconsciente não em suas narrativas modelo, em ascensão durante o período imperialista ocidental, mas nos desvios, em narrativas provenientes de uma ex-colônia. Como resultado, observa-se que o aspecto do medo do cruzamento de fronteiras étnico-raciais é um fator central para que se compreenda melhor esse gênero.Palavras-chave: Maria Firmina dos Reis; Bernardo Guimarães; gótico.Abstract: The article compares the novel Úrsula (1859), by Maria Firmina dos Reis, and the novel Uma história de quilombolas (1871), by Bernardo Guimarães in terms of the dialogue that both establish with the conventions of the English Gothic novel. The objective is to examine how Reis and Guimarães appropriate, update or subvert the ethnic-racial component of the monster representation within the slave context of their narratives. The hypothesis is that, in each of them, the construction of fear takes place through the figuration of the monstrous, which is closely related with the racial identification of the narrative voice. In this sense, it is also intended to contribute to the theory of literary gothic, peering into its unconscious not in its model narratives, rising during the Western imperialist period, but in its deviations, in narratives from a former colony. As a result, it is observed that the fear aspect of crossing ethnic-racial borders is a central factor for a better understanding of this genre.Keywords: Maria Firmina dos Reis; Bernardo Guimarães, gothic.
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