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A influência espanhola na natureza lexical da marcação diferencial de objeto no português antigo
Casos em que o objeto direto é morfologicamente marcado por uma preposição são classificados como instâncias da Marcação Diferencial de Objeto (MDO). Além disso, a natureza lexical do objeto é apontada como um fator que desencadeia a MDO. Este artigo tem como objetivo investigar a natureza lexical dos objetos marcados e verificar sua relação com a hipótese da influência da língua espanhola na MDO no português antigo. Essa hipótese é motivada pelo aumento das ocorrências do fenômeno no século XVII. Entre 1580 e 1640, Portugal e Espanha formavam uma unidade política e, consequentemente, as línguas portuguesa e espanhola estavam em contato. Através da análise de textos dos séculos XVI ao XIX, a natureza lexical dos casos da MDO é investigada. Ademais, são comparados dados de objetos marcados e não marcados dos séculos XVI e XVII para verificar a extensão da influência espanhola nos objetos do português. A análise dos dados confirma a hipótese inicial com o aumento dos casos da MDO e mostra, também, que a MDO pode ser desencadeada por pronomes plenos, pronomes de tratamento, títulos de nobreza e certos DPs, como nomes de divindade e nomes próprios.