A. Costa, Henrique Weil Afonso, José Luiz Quadros de Magalhães
{"title":"美好的生活","authors":"A. Costa, Henrique Weil Afonso, José Luiz Quadros de Magalhães","doi":"10.14393/rfadir-51.1.2023.68795.136-166","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Século XX, mais do que todos os outros, dentre outras façanhas, apresentou como essência basilar um forte paradoxo. Não seria possível servir a Economia e ao Meio Ambiente ao mesmo tempo. Com a agitação do Capital, os recursos naturais serviram de combustível para o desenvolvimento. Nada obstante o enriquecimento de uns poucos frente a miséria da imensa maioria de tantos outros, assistiu a humanidade uma célere destruição de sua morada, da sua casa. Também a figura do Estado Moderno, rigorosamente excludente, unívoco e padronizador, passou a exibir notáveis rachaduras em sua estrutura. Para fazer frente a tal ímpeto, o conhecimento outrora silenciado dos povos originários latino-americanos passaram a ocupar o interesse de estudiosos (as) de matriz decolonial, colocando no papel o que se entende por Estado Plurinacional. Conceitualmente aberto e decididamente plural, a plurinacionalidade apresenta como um de seus principais fundamentos a filosofia do Bem Viver. O presente artigo, sem a menor pretensão de esgotar o tema, buscará desnudar as premissas fundamentais que circundam tal proposta, expondo a crise ambiental causada pela predatória lógica desenvolvimentista e alarmando a necessidade de pensar a Natureza, casa comum de todos os povos, como verdadeiro sujeito de direitos. Sob a égide de pensadores como Alberto Acosta, Ailton Krenak, Vanessa Hasson, Anibal Quijano, dentre outros(as), buscar-se-á visualizar a ideia de um Estado em necessária e definitiva harmonia com a Natureza.","PeriodicalId":52774,"journal":{"name":"Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlandia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-08-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Buen Vivir\",\"authors\":\"A. Costa, Henrique Weil Afonso, José Luiz Quadros de Magalhães\",\"doi\":\"10.14393/rfadir-51.1.2023.68795.136-166\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O Século XX, mais do que todos os outros, dentre outras façanhas, apresentou como essência basilar um forte paradoxo. Não seria possível servir a Economia e ao Meio Ambiente ao mesmo tempo. Com a agitação do Capital, os recursos naturais serviram de combustível para o desenvolvimento. Nada obstante o enriquecimento de uns poucos frente a miséria da imensa maioria de tantos outros, assistiu a humanidade uma célere destruição de sua morada, da sua casa. Também a figura do Estado Moderno, rigorosamente excludente, unívoco e padronizador, passou a exibir notáveis rachaduras em sua estrutura. Para fazer frente a tal ímpeto, o conhecimento outrora silenciado dos povos originários latino-americanos passaram a ocupar o interesse de estudiosos (as) de matriz decolonial, colocando no papel o que se entende por Estado Plurinacional. Conceitualmente aberto e decididamente plural, a plurinacionalidade apresenta como um de seus principais fundamentos a filosofia do Bem Viver. O presente artigo, sem a menor pretensão de esgotar o tema, buscará desnudar as premissas fundamentais que circundam tal proposta, expondo a crise ambiental causada pela predatória lógica desenvolvimentista e alarmando a necessidade de pensar a Natureza, casa comum de todos os povos, como verdadeiro sujeito de direitos. Sob a égide de pensadores como Alberto Acosta, Ailton Krenak, Vanessa Hasson, Anibal Quijano, dentre outros(as), buscar-se-á visualizar a ideia de um Estado em necessária e definitiva harmonia com a Natureza.\",\"PeriodicalId\":52774,\"journal\":{\"name\":\"Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlandia\",\"volume\":\" \",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-08-03\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlandia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.14393/rfadir-51.1.2023.68795.136-166\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Uberlandia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/rfadir-51.1.2023.68795.136-166","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O Século XX, mais do que todos os outros, dentre outras façanhas, apresentou como essência basilar um forte paradoxo. Não seria possível servir a Economia e ao Meio Ambiente ao mesmo tempo. Com a agitação do Capital, os recursos naturais serviram de combustível para o desenvolvimento. Nada obstante o enriquecimento de uns poucos frente a miséria da imensa maioria de tantos outros, assistiu a humanidade uma célere destruição de sua morada, da sua casa. Também a figura do Estado Moderno, rigorosamente excludente, unívoco e padronizador, passou a exibir notáveis rachaduras em sua estrutura. Para fazer frente a tal ímpeto, o conhecimento outrora silenciado dos povos originários latino-americanos passaram a ocupar o interesse de estudiosos (as) de matriz decolonial, colocando no papel o que se entende por Estado Plurinacional. Conceitualmente aberto e decididamente plural, a plurinacionalidade apresenta como um de seus principais fundamentos a filosofia do Bem Viver. O presente artigo, sem a menor pretensão de esgotar o tema, buscará desnudar as premissas fundamentais que circundam tal proposta, expondo a crise ambiental causada pela predatória lógica desenvolvimentista e alarmando a necessidade de pensar a Natureza, casa comum de todos os povos, como verdadeiro sujeito de direitos. Sob a égide de pensadores como Alberto Acosta, Ailton Krenak, Vanessa Hasson, Anibal Quijano, dentre outros(as), buscar-se-á visualizar a ideia de um Estado em necessária e definitiva harmonia com a Natureza.