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Expansão no sistema de concessividade: a gramaticalização de apesar de (que) na história do português
Este artigo trata do processo de gramaticalização do qual resultou a perífrase concessiva apesar de (que) na história em português. Com base no caráter fundante de mecanismos cognitivos e pragmáticos, no impacto dos contextos de uso e em um protótipo de juntor concessivo, busco responder às questões: que traços do nome pesar, aliados a contextos particulares, ajudam a explicar a predisposição à mudança? como as relações concessivas expressas por apesar de (que) refletem fatos de seu percurso de constituição? que relações podem ser apreendidas entre a implementação gradual da mudança de significado e a composição estrutural como juntor complexo? A pesquisa é conduzida à luz de uma metodologia diacrônica pautada nos padrões polissêmicos de pesar, com suas respectivas propriedades distribucionais. Os resultados fornecem um mapa cronológico detalhado de possíveis estágios de mudança, nos quais sobressaem o peso da fonte pesar, enquanto shell noun, para as generalizações sintática e semântica e para a ação dos processos inferenciais que habilitaram as relações concessivas dos tipos causa negada e restritiva.