Formadoras da vida espiritual

O artigo objetiva descrever o caminho de formação da vida espiritual através da obra de Teresa D’Ávila (1515-1582) discutida por Edith Stein (1891-1942) no ensaio O Castelo Interior (Die Seelenburg). A fenomenóloga, a partir de seus estudos sobre a Empatia (Zum Problem der Einfühlung), desenvolveu uma antropologia de inteireza humana, corpo-psique-espírito (Leib), afirmando a existência de um “núcleo pessoal” (Kern) de natureza espiritual. No fluxo de suas pesquisas, conheceu os escritos cristãos. Estes ampliaram suas bases teóricas em aliança com as pesquisas que desenvolvia. O texto delimita-se no impacto dos escritos de Teresa D’Ávila na vida e obra de Edith Stein. Ao conhecer o Livro da Vida (1563), a filósofa decide (re)examinar sua trajetória, convertendo-se ao Cristianismo Católico e expandindo seus estudos fenomenológicos à antropologia teológica. Por este caminho, através do método de análise bibliográfica e documental, revisita-se a literatura de Edith Stein com Teresa D’Ávila, mapeando as contribuições de ambas como formadoras do humano ao conhecimento do mistério de Deus e da experiência de um Deus-Amor habitante na interioridade espiritual. Conclui-se com interfaces paradigmáticas através da educação do espírito em inteireza com a formação da pessoalidade e com as relações comunitárias, educação esta cada vez mais urgente frente as complexidades e fragmentações hodiernas.