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Trajetórias de trabalho: empregos precários e inserções provisórias
Resumo Os trânsitos juvenis são significativos para pesquisar as reconfigurações que tomam corpo no mundo contemporâneo, em suas diversas esferas sociais. A juventude é o contingente social mais diretamente exposto aos dilemas de nossa sociedade, e hoje são expressivas as taxas de desemprego entre os jovens no país. Além das barreiras para ingressar e se manter em um primeiro emprego, são ainda maiores as dificuldades encontradas para permanecer em um emprego digno e protegido. Os dados também evidenciam que a informalidade se apresenta mais elevada nesse grupo quando comparado ao grupo dos adultos. Já em condição de emprego formal, é notória a presença dos jovens em ocupações de maior rotatividade e inserções provisórias. Nesse sentido, com o objetivo de desvelar os percursos laborais construídos por parte da juventude trabalhadora brasileira, este trabalho pretende, por meio de singulares trajetórias e triangulando conjuntamente com bases de dados nacionais, analisar duas formas de inserção no trabalho: o primeiro emprego por meio da lei da aprendizagem e o emprego no setor de telemarketing. Os percursos juvenis analisados contribuíram para que as formas flexíveis de emprego constituam uma porta de acesso ao exercício de uma atividade remunerada. Todavia, a grande transformação que se verifica nos últimos anos reside no fato de que tanto os empregos precários como as novas formas de subemprego – aprendizes e os operadores de telemarketing – assumem cada vez menos uma ponte para a estabilidade empregatícia. Para muitos jovens, esse tipo de trabalho deixou de ser um acontecimento biográfico pontual, passando a um modo de vida.