纪念学和史学:奥斯维辛集中营幸存者犹太-匈牙利医生的叙述

Ronaldo Vainfas, Denise Rollemberg
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O método empregado foi, em primeiro lugar, a crítica interna de fontes proposta pelo historicismo e aprimorada por Marc Bloch em Apologia da História e, em segundo lugar, o método proposto por Lawrence Bardin em Análise de Conteúdo, que permite a segmentação do texto a partir de ideias-chave a critério do investigador. Originalidade: reside, em primeiro lugar, na discussão do status da memorialística no campo da historiografia e, em segundo lugar, na escolha de autor pouco trabalhado pelos estudiosos do Holocausto, como Primo Levi ou Elias Wiesel (embora tenhamos buscado a opinião de Levi sobre Nyiszli). Conclusões: submetemos o livro a uma crítica interna, considerando o papel desempenhado pelo memorialista no serviço médico de Birkenau em 1944. Demonstramos a ambigüidade do texto, espelho de um homem ambivalente, prisioneiro do Nazis e também assistente da ss. 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摘要

目的:本文讨论了记忆学作为史学文本生产者的潜力,尽管它不同于历史学家使用的记忆概念。作为这项工作的具体来源,我们选择了匈牙利人miklos Nyiszli的书,讲述了他在1944年作为奥斯维辛医疗队成员的经历。方法:我们从文学批评的角度来定义记忆主义,将文本理解为直接参与所报道事件的人所写的证词叙述。员工的方法是,首先,内部来源提出批判历史主义和那里马克·布洛赫在道歉的故事,第二,该方法在分析劳伦斯Bardin文本内容,细分可以从理念研究的标准。原创性:它首先在于对纪念学在史学领域地位的讨论,其次在于对作者的选择,这些作者很少被大屠杀学者研究,如普里莫·列维(Primo Levi)或伊莱亚斯·威塞尔(Elias Wiesel)(尽管我们寻求列维对尼兹利的看法)。结论:我们对这本书进行了内部审查,考虑到纪念者在1944年比克瑙医疗服务中所扮演的角色。这男人的暧昧的短信,镜子是矛盾,囚犯的纳粹党卫军助理。我们,不管怎样,尽管以汤姆的过程的描述,有时令人振奋的,这本书的价值获得memorialística,不一定像历史文本的解释,否则关于大屠杀的大量丰富的信息,一般来说缺乏文档的第三帝国,国家官僚机构在战争最终失败前摧毁了它。
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Memorialística e historiografia: a narrativa de um médico judeu-húngaro sobrevivente de Auschwitz
Objetivo: o artigo discute a potencialidade da memorialística como produtora de textos historiográficos, embora a distinga do conceito de memória utilizado por historiadores. Como fonte específica do trabalho, escolhemos o livro do húngaro Miklós Nyiszli sobre a sua experiência como membro do corpo médico de Auschwitz em 1944. Metodologia: definimos memorialística a partir de uma abordagem de crítica literária, entendendo o texto como narrativa testemunhal escrita por quem participou diretamente dos eventos relatados. O método empregado foi, em primeiro lugar, a crítica interna de fontes proposta pelo historicismo e aprimorada por Marc Bloch em Apologia da História e, em segundo lugar, o método proposto por Lawrence Bardin em Análise de Conteúdo, que permite a segmentação do texto a partir de ideias-chave a critério do investigador. Originalidade: reside, em primeiro lugar, na discussão do status da memorialística no campo da historiografia e, em segundo lugar, na escolha de autor pouco trabalhado pelos estudiosos do Holocausto, como Primo Levi ou Elias Wiesel (embora tenhamos buscado a opinião de Levi sobre Nyiszli). Conclusões: submetemos o livro a uma crítica interna, considerando o papel desempenhado pelo memorialista no serviço médico de Birkenau em 1944. Demonstramos a ambigüidade do texto, espelho de um homem ambivalente, prisioneiro do Nazis e também assistente da ss. Concluímos, enfim, que apesar de prevalecer a descrição de procedimentos, bem como do tom por vezes moralizante, o livro comprova o valor da memorialística, não necessariamente como texto histórico explicativo, senão como manancial riquíssimo de informações sobre o Holocausto, em geral ausentes da documentação do III Reich, que a burocracia estatal destruiu antes da derrota final na guerra.
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