A dinÂmica da paisagem resultante da extraÇÃo mineira no posto administrativo de namanhumbir, distrito de montepuez (2009-2014) / namanhumbir行政位置采矿开采导致的景观动态…
{"title":"A dinÂmica da paisagem resultante da extraÇÃo mineira no posto administrativo de namanhumbir, distrito de montepuez (2009-2014) / namanhumbir行政位置采矿开采导致的景观动态…","authors":"T. Ali","doi":"10.18542/geo.v5i10.12498","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Com este trabalho, pretende-se analisar a dinâmica da paisagem resultante da extracção mineira no Posto Administrativo de Namanhumbir, Distrito de Montepuez, entre 2009 `a 2014. Namanhumbir é uma região geográfica, de acordo com a situação longitudinal, a latitude do país, a história geologia do planeta e de Moçambique, condicionada pela existência de diferentes recursos naturais. Alguns desses jazigos foram descobertos e extraídos deste a história da população local. Outros estão a ser descobertos e extraidos, ainda no período em análise, com particular destaque para o rubi e outras pedras preciosas e semi-preciosas. Antes de 2009, Namanhumbir era um lugar anónimo, ou seja, os impactos ambientais, sociais, económicos, culturais de maior destaque resultante da extracção das pedras preciosas e semi-preciosas demandam deste período. Entre 2009 `a 2014, Namanhumbir tornou-se bruscamente zona de referência mineira e de convergências culturais de africanos e asiáticos: moçambicanos (provenientes de diferentes pontos do país), somalis, nigerianos, senegalenses, tanzanianos, por um lado; por outro, tailandeses, chineses, paquistaneses, indianos e mais que, rapidamente, se configuram e lideraram a extracção e o mercado informal do rubi. Ainda em 2009, nota-se uma aparente legalização da actividade mineira com a instalação da Montepuez Ruby Mining Lda, uma joint venture da Mwirit e Gemn Field, sendo esta última de capitais inglês. A implantação deste consórcio e a proliferação do garimpo ilegal, em Namanhumbir, os espaços baldios passaram a ser assentados e a população, sobretudo crianças e jovens, abandonaram a escola. No caso específico dos jovens, estes deixaram de praticar a agricultura e passaram a extrair recursos minerais. Os campos agrícolas foram transformados em zonas de extracção mineira. Os povoamentos concentrados rurais foram transformados em povoamento linear[1], localizado ao longo da estrada nacional. Os rios passaram a ter novos usos, como lavagem de “camadas”[2]. A vegetação foi destruída, os solos degradados e a fauna ameaçada. A conjuntura desses fenómenos imprimiu uma nova dinâmica paisagística em Namanhumbir.key-wordos: Namanhumbir, dinâmica, paisagem, extracção, mineira. [1] Um autêntico “califado mineiro”, no qual a legislação mineira não tem qualquer relevância na regulação da actividade.[2] Porções de solos extraídos do subsolo submetidos a pesquisas geológicas empíricas. 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A DINÂMICA DA PAISAGEM RESULTANTE DA EXTRAÇÃO MINEIRA NO POSTO ADMINISTRATIVO DE NAMANHUMBIR, DISTRITO DE MONTEPUEZ (2009-2014) / THE DYNAMICS OF THE LANDSCAPE RESULTING FROM THE MINING EXTRACTION IN THE ADMINISTRATIVE POSITION OF NAMANHUMBIR...
Com este trabalho, pretende-se analisar a dinâmica da paisagem resultante da extracção mineira no Posto Administrativo de Namanhumbir, Distrito de Montepuez, entre 2009 `a 2014. Namanhumbir é uma região geográfica, de acordo com a situação longitudinal, a latitude do país, a história geologia do planeta e de Moçambique, condicionada pela existência de diferentes recursos naturais. Alguns desses jazigos foram descobertos e extraídos deste a história da população local. Outros estão a ser descobertos e extraidos, ainda no período em análise, com particular destaque para o rubi e outras pedras preciosas e semi-preciosas. Antes de 2009, Namanhumbir era um lugar anónimo, ou seja, os impactos ambientais, sociais, económicos, culturais de maior destaque resultante da extracção das pedras preciosas e semi-preciosas demandam deste período. Entre 2009 `a 2014, Namanhumbir tornou-se bruscamente zona de referência mineira e de convergências culturais de africanos e asiáticos: moçambicanos (provenientes de diferentes pontos do país), somalis, nigerianos, senegalenses, tanzanianos, por um lado; por outro, tailandeses, chineses, paquistaneses, indianos e mais que, rapidamente, se configuram e lideraram a extracção e o mercado informal do rubi. Ainda em 2009, nota-se uma aparente legalização da actividade mineira com a instalação da Montepuez Ruby Mining Lda, uma joint venture da Mwirit e Gemn Field, sendo esta última de capitais inglês. A implantação deste consórcio e a proliferação do garimpo ilegal, em Namanhumbir, os espaços baldios passaram a ser assentados e a população, sobretudo crianças e jovens, abandonaram a escola. No caso específico dos jovens, estes deixaram de praticar a agricultura e passaram a extrair recursos minerais. Os campos agrícolas foram transformados em zonas de extracção mineira. Os povoamentos concentrados rurais foram transformados em povoamento linear[1], localizado ao longo da estrada nacional. Os rios passaram a ter novos usos, como lavagem de “camadas”[2]. A vegetação foi destruída, os solos degradados e a fauna ameaçada. A conjuntura desses fenómenos imprimiu uma nova dinâmica paisagística em Namanhumbir.key-wordos: Namanhumbir, dinâmica, paisagem, extracção, mineira. [1] Um autêntico “califado mineiro”, no qual a legislação mineira não tem qualquer relevância na regulação da actividade.[2] Porções de solos extraídos do subsolo submetidos a pesquisas geológicas empíricas.