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AS MARGENS VISTAS DE FORA: DOIS FENÓMENOS SINGULARES DA HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA DOS SÉCULOS XX E XXI
O artigo pretende radiografar dois fenómenos de sinal contrário que marcam a compreensão das ‘margens’ da literatura brasileira contemporânea. Em primeiro lugar, refletiremos sobre a incomum importância que, gradativamente, adquiriu no Brasil a conquista de um ‘lugar de fala’ para representações e discursos não hegemónicos do ponto de vista social e cultural, tais como a literatura periférica ou a literatura migrante. Em segundo lugar e por oposição a essa admirável abertura, que deu uma notável especificidade à literatura brasileira, ponderaremos a permanência de uma certa inflexibilidade relativamente à entrada no cânone brasileiro de certos discursos híbridos e heterodoxos do ponto de vista literário e artístico – tais como as excelentes propostas de Flávio de Carvalho, Hélio Oiticica ou Nuno Ramos –, um fenómeno incompreensível, se tivermos presente a mencionada integração e canonização de outras heterodoxias e ‘margens’ literárias nas últimas décadas e, sobretudo, a centralidade da ‘tradição da antitradição’ na História da Literatura brasileira.