{"title":"对新知识、新学科和新认识论开放的大学:巴西大学重建的典范","authors":"José Jorge de Carvalho","doi":"10.5935/2317-6660.20230002","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo apresenta os resultados de um intenso movimento político-acadêmico ocorrido nas últimas duas décadas – cotas étnico-raciais e Encontro de Saberes – que se configura como uma proposta de transformar o atual modelo de universidade em uma universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias. Durante todo o século XX, as populações negras, indígenas e dos demais povos tradicionais, assim como as suas ricas tradições de conhecimento, foram todas excluídas do ensino superior. Junto com elas, os mestres e as mestras dessas tradições foram igualmente silenciados. Por esse motivo, nosso ensino superior foi construído sob o signo de uma dupla exclusão: exclusão étnico-racial e exclusão epistêmica. Articulando cotas étnico-raciais, cotas epistêmicas, Encontro de Saberes, Notório Saber, polimatia e transdisciplinaridade, podemos agora formular um modelo de refundação completa do modelo eurocêntrico e branco de universidade brasileira. Uma universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias deve passar, necessariamente, por um rearranjo radical do seu modelo vigente, que pode ser descrito como monoepistêmico, monocultural, monolíngue, monoétnico e monorracial. Com base no Encontro de Saberes, apresentamos a proposta dos Três Troncos Epistêmicos – ocidentais, indígenas e afro-diaspóricos – e com eles podemos finalmente formular um modelo próprio e original de universidade brasileira: multicultural, plurilingue, multiétnica, multirracial, omni-inclusiva, transdisciplinar e pluriepistêmica.","PeriodicalId":84454,"journal":{"name":"Ciencia e cultura","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias: um modelo para a refundação das universidades brasileiras\",\"authors\":\"José Jorge de Carvalho\",\"doi\":\"10.5935/2317-6660.20230002\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo apresenta os resultados de um intenso movimento político-acadêmico ocorrido nas últimas duas décadas – cotas étnico-raciais e Encontro de Saberes – que se configura como uma proposta de transformar o atual modelo de universidade em uma universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias. Durante todo o século XX, as populações negras, indígenas e dos demais povos tradicionais, assim como as suas ricas tradições de conhecimento, foram todas excluídas do ensino superior. Junto com elas, os mestres e as mestras dessas tradições foram igualmente silenciados. Por esse motivo, nosso ensino superior foi construído sob o signo de uma dupla exclusão: exclusão étnico-racial e exclusão epistêmica. Articulando cotas étnico-raciais, cotas epistêmicas, Encontro de Saberes, Notório Saber, polimatia e transdisciplinaridade, podemos agora formular um modelo de refundação completa do modelo eurocêntrico e branco de universidade brasileira. Uma universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias deve passar, necessariamente, por um rearranjo radical do seu modelo vigente, que pode ser descrito como monoepistêmico, monocultural, monolíngue, monoétnico e monorracial. Com base no Encontro de Saberes, apresentamos a proposta dos Três Troncos Epistêmicos – ocidentais, indígenas e afro-diaspóricos – e com eles podemos finalmente formular um modelo próprio e original de universidade brasileira: multicultural, plurilingue, multiétnica, multirracial, omni-inclusiva, transdisciplinar e pluriepistêmica.\",\"PeriodicalId\":84454,\"journal\":{\"name\":\"Ciencia e cultura\",\"volume\":\"1 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Ciencia e cultura\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5935/2317-6660.20230002\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ciencia e cultura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5935/2317-6660.20230002","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias: um modelo para a refundação das universidades brasileiras
O artigo apresenta os resultados de um intenso movimento político-acadêmico ocorrido nas últimas duas décadas – cotas étnico-raciais e Encontro de Saberes – que se configura como uma proposta de transformar o atual modelo de universidade em uma universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias. Durante todo o século XX, as populações negras, indígenas e dos demais povos tradicionais, assim como as suas ricas tradições de conhecimento, foram todas excluídas do ensino superior. Junto com elas, os mestres e as mestras dessas tradições foram igualmente silenciados. Por esse motivo, nosso ensino superior foi construído sob o signo de uma dupla exclusão: exclusão étnico-racial e exclusão epistêmica. Articulando cotas étnico-raciais, cotas epistêmicas, Encontro de Saberes, Notório Saber, polimatia e transdisciplinaridade, podemos agora formular um modelo de refundação completa do modelo eurocêntrico e branco de universidade brasileira. Uma universidade aberta a novos saberes, sujeitos e epistemologias deve passar, necessariamente, por um rearranjo radical do seu modelo vigente, que pode ser descrito como monoepistêmico, monocultural, monolíngue, monoétnico e monorracial. Com base no Encontro de Saberes, apresentamos a proposta dos Três Troncos Epistêmicos – ocidentais, indígenas e afro-diaspóricos – e com eles podemos finalmente formular um modelo próprio e original de universidade brasileira: multicultural, plurilingue, multiétnica, multirracial, omni-inclusiva, transdisciplinar e pluriepistêmica.