{"title":"Reinventando a Colonialidade","authors":"Margarita Maria Lara Neves","doi":"10.36311/2237-7743.2022.v11n1.p166-185","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O deslocamento de povos indígenas ancestrais tem sido uma prática constante de parte das empresas transnacionais instaladas em enclaves mineradores que operam no continente latino-americano. Esta situação vem ocasionando uma descontinuidade do bem viver dessas comunidades, sua relação com o meio ambiente; sua cultura milenar e suas culturas de subsistência. Os estados nacionais, progressistas ou conservadores, entendem que a abundância dos recursos naturais tem favorecido a consolidação de um modelo extrativista exportador que vem se apresentando como única alternativa ao desenvolvimento do continente. A devastação ambiental tem alcançado níveis críticos que vem transformando a paisagem regional e urbana da maioria dos territórios; a experiencia chilena no extrativismo minerador nos oferece um modelo representativo de estudo exploratório nesse sentido. Objetivando aportar uma melhor compreensão analítica ao problema de pesquisa, a reflexão se utiliza da metodologia de pesquisa bibliográfica direcionada ao pensamento crítico da colonialidade do território com a finalidade de caracterizar a despolitização da paisagem regional devastada pela atividade mineradora. A gestão dos recursos hídricos e as restrições ao seu consumo de parte dos povos originários também tem alcançado níveis críticos, levando em consideração as necessidades de água demandadas pelo extrativismo minerador. O artigo finaliza abordando a pospolitização das questões da sustentabilidade ambiental, ressalta os fundamentos da eco-política crítica latino-americana e sinaliza no sentido da preservação do valor integral da vida, pela descolonização do Estado e a reversão do controle das instituições sobre a existência, a sociedade e o meio ambiente.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"7 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n1.p166-185","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
O deslocamento de povos indígenas ancestrais tem sido uma prática constante de parte das empresas transnacionais instaladas em enclaves mineradores que operam no continente latino-americano. Esta situação vem ocasionando uma descontinuidade do bem viver dessas comunidades, sua relação com o meio ambiente; sua cultura milenar e suas culturas de subsistência. Os estados nacionais, progressistas ou conservadores, entendem que a abundância dos recursos naturais tem favorecido a consolidação de um modelo extrativista exportador que vem se apresentando como única alternativa ao desenvolvimento do continente. A devastação ambiental tem alcançado níveis críticos que vem transformando a paisagem regional e urbana da maioria dos territórios; a experiencia chilena no extrativismo minerador nos oferece um modelo representativo de estudo exploratório nesse sentido. Objetivando aportar uma melhor compreensão analítica ao problema de pesquisa, a reflexão se utiliza da metodologia de pesquisa bibliográfica direcionada ao pensamento crítico da colonialidade do território com a finalidade de caracterizar a despolitização da paisagem regional devastada pela atividade mineradora. A gestão dos recursos hídricos e as restrições ao seu consumo de parte dos povos originários também tem alcançado níveis críticos, levando em consideração as necessidades de água demandadas pelo extrativismo minerador. O artigo finaliza abordando a pospolitização das questões da sustentabilidade ambiental, ressalta os fundamentos da eco-política crítica latino-americana e sinaliza no sentido da preservação do valor integral da vida, pela descolonização do Estado e a reversão do controle das instituições sobre a existência, a sociedade e o meio ambiente.
期刊介绍:
AUSTRAL: Brazilian Journal of Strategy and International Relations was the first Brazilian journal in the area of International Relations to be fully published in English (2012). It is an essentially academic vehicle, linked to the Brazilian Centre of Strategy & International Relations (NERINT) and the Doctoral Program in International Strategic Studies (PPGEEI) of the Faculty of Economics (FCE) of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Its pluralist focus aims to contribute to the debate on the international political and economic order from the perspective of the developing world. The journal publishes original articles in the area of Strategy and International Relations, with special interest in issues related to developing countries and South-South Cooperation – its security problems; the political, economic and diplomatic developments of emerging countries; and their relations with the traditional powers. AUSTRAL is published semi-annually in English and Portuguese. The journal’s target audience consists of researchers, experts, diplomats, military personnel and graduate students of International Relations. The content of the journal consists of in-depth analytical articles written by experts (Professors and Doctors), focusing on each of the great continents of the South: Asia, Latin America and Africa. Thus, the debate and diffusion of knowledge produced in these regions is stimulated. All contributions submitted to AUSTRAL are subject to rigorous scientific evaluation.