{"title":"Espiritualidade e sentido","authors":"Carlos Frederico Barboza de Souza","doi":"10.7213/2175-1838.14.003.ds03","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O processo de morrer, ordinariamente, é acompanhado de rituais, antes, durante e após a morte, que se relacionam com narrativas que lhes dão sentido, como os mitos. Porém, eles são pensados, frequentemente, em sua relação com as tradições religiosas, como maneira de mediar o encontro com o Sagrado, e nem sempre em sua função de propiciar processos espirituais. Este artigo quer discutir a espiritualidade possível nos rituais relacionados ao redor do morrer, propiciadores de vivências profundas e ressignificadoras. Partindo de uma pesquisa bibliográfica e com um olhar fenomenológico no sentido da busca de captar as estruturas fundamentais presentes nos mitos, ritos, rituais, apresentar-se-á, inicialmente, uma perspectiva geral sobre os rituais e sua relação com os mitos. Em seguida, focar-se-á nas funções dos mitos e dos rituais, associando-os à terminalidade como forma de construção de sentido profundo e conexão. A partir daí, a preocupação será pensar os rituais ao redor do processo fúnebre, sem o foco específico em alguma tradição religiosa, entendendo sua tipologia e significados, tanto para pacientes quanto para familiares e pessoas próximas. Por fim, este artigo centrar-se-á brevemente na relação entre rituais e as necessidades espirituais de sentido profundo da existência, de amor, de releitura da própria vida, de perdão, de estabelecimento de uma linguagem não verbal e simbólica, de (re)organização do existir, de transcendência e de integração das diversas dimensões humanas.","PeriodicalId":41213,"journal":{"name":"Revista Pistis & Praxis-Teologia e Pastoral","volume":"196 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-12-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Pistis & Praxis-Teologia e Pastoral","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.7213/2175-1838.14.003.ds03","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"RELIGION","Score":null,"Total":0}
O processo de morrer, ordinariamente, é acompanhado de rituais, antes, durante e após a morte, que se relacionam com narrativas que lhes dão sentido, como os mitos. Porém, eles são pensados, frequentemente, em sua relação com as tradições religiosas, como maneira de mediar o encontro com o Sagrado, e nem sempre em sua função de propiciar processos espirituais. Este artigo quer discutir a espiritualidade possível nos rituais relacionados ao redor do morrer, propiciadores de vivências profundas e ressignificadoras. Partindo de uma pesquisa bibliográfica e com um olhar fenomenológico no sentido da busca de captar as estruturas fundamentais presentes nos mitos, ritos, rituais, apresentar-se-á, inicialmente, uma perspectiva geral sobre os rituais e sua relação com os mitos. Em seguida, focar-se-á nas funções dos mitos e dos rituais, associando-os à terminalidade como forma de construção de sentido profundo e conexão. A partir daí, a preocupação será pensar os rituais ao redor do processo fúnebre, sem o foco específico em alguma tradição religiosa, entendendo sua tipologia e significados, tanto para pacientes quanto para familiares e pessoas próximas. Por fim, este artigo centrar-se-á brevemente na relação entre rituais e as necessidades espirituais de sentido profundo da existência, de amor, de releitura da própria vida, de perdão, de estabelecimento de uma linguagem não verbal e simbólica, de (re)organização do existir, de transcendência e de integração das diversas dimensões humanas.