{"title":"爱的缺失:卡洛斯·德拉蒙德·安德拉德的人文主义与爱","authors":"Isaías Gabriel Franco","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo refletir sobre as especificidades do humanismo poético formulado por Carlos Drummond de Andrade através do poema A falta que ama, do livro homônimo publicado em 1968. Partindo de um diálogo com a Filosofia, nossa interpretação levanta como hipótese que o humanismo poético de Drummond se enuncia pelo realce à dimensão de limitação e contingência concernentes ao humano. Dessa forma, em desdobramento, o humanismo poético drummondiano confere significações singulares à concepção de amor, por ele entendido como uma experiência intersubjetiva na qual a falta ou insuficiência é elemento crucial, possibilitando a reelaboração permanente de um sujeito em função de aspirações e desejos por ele projetados em um outro, dinâmica por vezes dotada de reciprocidade afetiva e, portanto, de mútua transformação interpessoal. Com isso, consideramos ser possível vislumbrar, na poesia de Drummond, uma alternativa aos dilemas do autoencarceramento afetivo contemporâneo.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"363 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-02-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A falta que ama: Humanismo e amor em Carlos Drummond de Andrade\",\"authors\":\"Isaías Gabriel Franco\",\"doi\":\"10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo tem como objetivo refletir sobre as especificidades do humanismo poético formulado por Carlos Drummond de Andrade através do poema A falta que ama, do livro homônimo publicado em 1968. Partindo de um diálogo com a Filosofia, nossa interpretação levanta como hipótese que o humanismo poético de Drummond se enuncia pelo realce à dimensão de limitação e contingência concernentes ao humano. Dessa forma, em desdobramento, o humanismo poético drummondiano confere significações singulares à concepção de amor, por ele entendido como uma experiência intersubjetiva na qual a falta ou insuficiência é elemento crucial, possibilitando a reelaboração permanente de um sujeito em função de aspirações e desejos por ele projetados em um outro, dinâmica por vezes dotada de reciprocidade afetiva e, portanto, de mútua transformação interpessoal. Com isso, consideramos ser possível vislumbrar, na poesia de Drummond, uma alternativa aos dilemas do autoencarceramento afetivo contemporâneo.\",\"PeriodicalId\":52749,\"journal\":{\"name\":\"Scripta Alumni\",\"volume\":\"363 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-02-28\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Scripta Alumni\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Scripta Alumni","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n58p199-226","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A falta que ama: Humanismo e amor em Carlos Drummond de Andrade
Este artigo tem como objetivo refletir sobre as especificidades do humanismo poético formulado por Carlos Drummond de Andrade através do poema A falta que ama, do livro homônimo publicado em 1968. Partindo de um diálogo com a Filosofia, nossa interpretação levanta como hipótese que o humanismo poético de Drummond se enuncia pelo realce à dimensão de limitação e contingência concernentes ao humano. Dessa forma, em desdobramento, o humanismo poético drummondiano confere significações singulares à concepção de amor, por ele entendido como uma experiência intersubjetiva na qual a falta ou insuficiência é elemento crucial, possibilitando a reelaboração permanente de um sujeito em função de aspirações e desejos por ele projetados em um outro, dinâmica por vezes dotada de reciprocidade afetiva e, portanto, de mútua transformação interpessoal. Com isso, consideramos ser possível vislumbrar, na poesia de Drummond, uma alternativa aos dilemas do autoencarceramento afetivo contemporâneo.