{"title":"历史和社会科学应对covid-19大流行","authors":"M. Cueto","doi":"10.1590/s0104-59702023000100043","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Com a exacerbação e expansão da pandemia de covid-19 nos primeiros quatro meses de 2020, ficou evidente que não se tratava apenas de uma crise sanitária emergente de origem zoonótica. A presença do SARS-CoV-2 trouxe consigo a necessidade de resgate de estudos sobre as dimensões sociais, econômicas, culturais e políticas das experiências pandêmicas ao longo da história. Nessa direção, mais de 65 autores (entre os quais vários historiadores destacados como Simone Petraglia Kropf, Paloma Porto, Ede Cerqueira, André Luiz da Silva Lima e Carlos Machado de Freitas) tentam, nesse valioso livro, compreender os impactos diferenciados da pandemia sob perspectivas interdisciplinares ancoradas nas ciências humanas e sociais. Disponível em acesso aberto, o livro oferece uma crônica clara e ordenada da pandemia. Ele versa sobre os debates da dicotomia saúde-economia, aponta as primeiras restrições urbanas e as criações de hospitais de campanha, expõe as dificuldades e limitações de testagem e diagnóstico da doença, ressalta a popularidade de posturas negacionistas e anticientíficas em alguns setores, promotoras de penosas adversidades no trabalho do SUS. Muitos dos tenebrosos eventos ocorridos no Brasil pandêmico foram motivados pelas barbaridades do presidente Jair Bolsonaro, em razão da errônea concepção de imunidade de rebanho, fruto de sua irracionalidade desumana, negligência consciente, necropolítica de Estado e banalização da morte dos mais pobres (Caponi, 2021). Os autores destacam como o eurocentrismo moldou as respostas brasileiras ante a pandemia. Os seguidores do modelo europeu replicaram os isolamentos breves seguidos de reaberturas precoces decretadas pelas autoridades estaduais e municipais independentemente do número de casos locais. Além disso, mais de um capítulo do livro analisa de maneira criativa as vozes das favelas e das populações indígenas numa metodologia de produção compartilhada de conhecimento, com o fito de exibir o papel das populações vulneráveis A história e as ciências sociais respondem à pandemia de covid-19 History and the social sciences respond to the covid-19 pandemic","PeriodicalId":13134,"journal":{"name":"Historia, ciencias, saude--Manguinhos","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.5000,"publicationDate":"2023-09-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"History and the social sciences respond to the covid-19 pandemic\",\"authors\":\"M. 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History and the social sciences respond to the covid-19 pandemic
Com a exacerbação e expansão da pandemia de covid-19 nos primeiros quatro meses de 2020, ficou evidente que não se tratava apenas de uma crise sanitária emergente de origem zoonótica. A presença do SARS-CoV-2 trouxe consigo a necessidade de resgate de estudos sobre as dimensões sociais, econômicas, culturais e políticas das experiências pandêmicas ao longo da história. Nessa direção, mais de 65 autores (entre os quais vários historiadores destacados como Simone Petraglia Kropf, Paloma Porto, Ede Cerqueira, André Luiz da Silva Lima e Carlos Machado de Freitas) tentam, nesse valioso livro, compreender os impactos diferenciados da pandemia sob perspectivas interdisciplinares ancoradas nas ciências humanas e sociais. Disponível em acesso aberto, o livro oferece uma crônica clara e ordenada da pandemia. Ele versa sobre os debates da dicotomia saúde-economia, aponta as primeiras restrições urbanas e as criações de hospitais de campanha, expõe as dificuldades e limitações de testagem e diagnóstico da doença, ressalta a popularidade de posturas negacionistas e anticientíficas em alguns setores, promotoras de penosas adversidades no trabalho do SUS. Muitos dos tenebrosos eventos ocorridos no Brasil pandêmico foram motivados pelas barbaridades do presidente Jair Bolsonaro, em razão da errônea concepção de imunidade de rebanho, fruto de sua irracionalidade desumana, negligência consciente, necropolítica de Estado e banalização da morte dos mais pobres (Caponi, 2021). Os autores destacam como o eurocentrismo moldou as respostas brasileiras ante a pandemia. Os seguidores do modelo europeu replicaram os isolamentos breves seguidos de reaberturas precoces decretadas pelas autoridades estaduais e municipais independentemente do número de casos locais. Além disso, mais de um capítulo do livro analisa de maneira criativa as vozes das favelas e das populações indígenas numa metodologia de produção compartilhada de conhecimento, com o fito de exibir o papel das populações vulneráveis A história e as ciências sociais respondem à pandemia de covid-19 History and the social sciences respond to the covid-19 pandemic