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Ceticismo moral e paradoxo: Guy de Brués contra os “Novos Acadêmicos”
O propósito deste artigo é o de examinar o ceticismo sobre a moral e as leis tal como abordado e respondido por Guy de Brués nos seus Diálogos contra os Novos Acadêmicos (1557). Proponho que, para uma apreciação adequada desse tema, é preciso distinguir dois níveis em que essa filosofia se apresenta na obra: aquele em que ela é exposta na fala dos personagens incumbidos de defendê-la (sustentando diferentes versões da tese de que “tudo é opinião”) e aquele que é discernível através de alguns pontos de acordo ao longo das discussões, no qual revela-se antes uma afinidade entre os interlocutores com a Nova Academia. Esta situação aparentemente paradoxal pode ser melhor compreendida se cotejamos os Diálogos com a declamatio paradoxal ou o diálogo filosófico de matriz ciceroniana. De modo mais geral, sugerimos que o papel da filosofia da Nova Academia, especialmente em sua dimensão moral e política, é maior do que usualmenre reconhecido na redescoberta do ceticismo na França do século XVI.