{"title":"巴西葡萄牙语中/R/在音节开始时的可变实现:圣卡塔琳娜西部社区的语言分化和身份建构","authors":"Daiane Sandra Savoldi Curioletti, Elisa Battisti","doi":"10.22456/2238-8915.122231","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo investiga a variação de /r/ em onset silábico ([r]ápido::[h]ápido::[ɾ]ápido; ca[r]o::ca[h]o::ca[ɾ]o) no português de contato com o talian em Planalto, interior de Concórdia (SC). Assumindo a perspectiva sociolinguística variacionista laboviana (LABOV, 2008 [1972]) da variação linguística como prática social (ECKERT, 2000) e dos significados sociais das variantes linguísticas (IRVINE, 2001; ECKERT, 2003, 2016; GAL, 2016), fez-se pesquisa etnográfica, análise de produção, análise de percepção e avaliação linguística. Na pesquisa etnográfica, observou-se o uso de tepe alveolar [ɾ] mais frequentemente na fala de homens e idosos, e da variante fricativa (glotal [h, ɦ] ou velar [x, ɣ]), nas práticas sociais de mulheres e de jovens. Na análise de produção, nos 1.334 contextos de /r/ levantados de 24 entrevistas sociolinguísticas, foi de 78,8% a proporção de tepe, 12% de fricativa e 9,2% de vibrante alveolar [r]. A vibrante é favorecida pelos falantes de meia-idade e idosos, e por sílabas mediais; o tepe, pelo gênero masculino. Vibrante e tepe são desfavorecidos pelos jovens; a fricativa é favorecida por jovens e por mulheres com maior mobilidade geográfica. Na análise de percepção e avaliação linguística, o tepe é menos prestigiado e mais rural; a fricativa, mais urbana e mais prestigiada.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"225 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A REALIZAÇÃO VARIÁVEL DE /R/ EM ONSET SILÁBICO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO DE CONTATO COM O TALIAN: DIFERENCIAÇÃO LINGUÍSTICA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE EM UMA COMUNIDADE DO OESTE CATARINENSE\",\"authors\":\"Daiane Sandra Savoldi Curioletti, Elisa Battisti\",\"doi\":\"10.22456/2238-8915.122231\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O artigo investiga a variação de /r/ em onset silábico ([r]ápido::[h]ápido::[ɾ]ápido; ca[r]o::ca[h]o::ca[ɾ]o) no português de contato com o talian em Planalto, interior de Concórdia (SC). Assumindo a perspectiva sociolinguística variacionista laboviana (LABOV, 2008 [1972]) da variação linguística como prática social (ECKERT, 2000) e dos significados sociais das variantes linguísticas (IRVINE, 2001; ECKERT, 2003, 2016; GAL, 2016), fez-se pesquisa etnográfica, análise de produção, análise de percepção e avaliação linguística. Na pesquisa etnográfica, observou-se o uso de tepe alveolar [ɾ] mais frequentemente na fala de homens e idosos, e da variante fricativa (glotal [h, ɦ] ou velar [x, ɣ]), nas práticas sociais de mulheres e de jovens. Na análise de produção, nos 1.334 contextos de /r/ levantados de 24 entrevistas sociolinguísticas, foi de 78,8% a proporção de tepe, 12% de fricativa e 9,2% de vibrante alveolar [r]. A vibrante é favorecida pelos falantes de meia-idade e idosos, e por sílabas mediais; o tepe, pelo gênero masculino. Vibrante e tepe são desfavorecidos pelos jovens; a fricativa é favorecida por jovens e por mulheres com maior mobilidade geográfica. Na análise de percepção e avaliação linguística, o tepe é menos prestigiado e mais rural; a fricativa, mais urbana e mais prestigiada.\",\"PeriodicalId\":82235,\"journal\":{\"name\":\"Organon\",\"volume\":\"225 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-07-07\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Organon\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122231\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Organon","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.122231","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A REALIZAÇÃO VARIÁVEL DE /R/ EM ONSET SILÁBICO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO DE CONTATO COM O TALIAN: DIFERENCIAÇÃO LINGUÍSTICA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE EM UMA COMUNIDADE DO OESTE CATARINENSE
O artigo investiga a variação de /r/ em onset silábico ([r]ápido::[h]ápido::[ɾ]ápido; ca[r]o::ca[h]o::ca[ɾ]o) no português de contato com o talian em Planalto, interior de Concórdia (SC). Assumindo a perspectiva sociolinguística variacionista laboviana (LABOV, 2008 [1972]) da variação linguística como prática social (ECKERT, 2000) e dos significados sociais das variantes linguísticas (IRVINE, 2001; ECKERT, 2003, 2016; GAL, 2016), fez-se pesquisa etnográfica, análise de produção, análise de percepção e avaliação linguística. Na pesquisa etnográfica, observou-se o uso de tepe alveolar [ɾ] mais frequentemente na fala de homens e idosos, e da variante fricativa (glotal [h, ɦ] ou velar [x, ɣ]), nas práticas sociais de mulheres e de jovens. Na análise de produção, nos 1.334 contextos de /r/ levantados de 24 entrevistas sociolinguísticas, foi de 78,8% a proporção de tepe, 12% de fricativa e 9,2% de vibrante alveolar [r]. A vibrante é favorecida pelos falantes de meia-idade e idosos, e por sílabas mediais; o tepe, pelo gênero masculino. Vibrante e tepe são desfavorecidos pelos jovens; a fricativa é favorecida por jovens e por mulheres com maior mobilidade geográfica. Na análise de percepção e avaliação linguística, o tepe é menos prestigiado e mais rural; a fricativa, mais urbana e mais prestigiada.