{"title":"De diis gentium","authors":"Willamy Fernandes Gonçalves","doi":"10.35699/1983-3636.2020.24233","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo observar como o movimento humanista manifestou-se nas letras portuguesas, especificamente quanto ao tratamento dado às narrativas míticas gregas. Para tanto, após breve caracterização da herança clássica no medievo português, sobretudo quanto à seleção e ao uso de narrativas e de personagens da mitologia grega, passa à leitura de um texto-chave sobre o tratamento do mito em Portugal na transição entre Baixa Idade Média e Renascimento: o prólogo da tradução da Electra de Sófocles por Anrique Aires Victória. O contraponto dessa leitura com trechos fundamentais de autores como Justino de Roma, Clemente de Alexandria e Basílio de Cesareia, que nos primeiros anos do cristianismo forneceram as diretrizes para o tratamento da herança literária clássica no mundo cristão, nos ajuda a compreender o que estava em jogo nas escolhas de Anrique Aires Victória e sugere que, na passagem entre Idade Média e Renascimento, mais do que um salto quantitativo na presença do mito, há uma importante mudança qualitativa, captada aqui a partir de conceitos utilizados pelos próprios autores do período (nomeadamente a oposição entre flor e fruto).","PeriodicalId":32262,"journal":{"name":"Nuntius Antiquus","volume":"2 3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Nuntius Antiquus","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35699/1983-3636.2020.24233","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem como objetivo observar como o movimento humanista manifestou-se nas letras portuguesas, especificamente quanto ao tratamento dado às narrativas míticas gregas. Para tanto, após breve caracterização da herança clássica no medievo português, sobretudo quanto à seleção e ao uso de narrativas e de personagens da mitologia grega, passa à leitura de um texto-chave sobre o tratamento do mito em Portugal na transição entre Baixa Idade Média e Renascimento: o prólogo da tradução da Electra de Sófocles por Anrique Aires Victória. O contraponto dessa leitura com trechos fundamentais de autores como Justino de Roma, Clemente de Alexandria e Basílio de Cesareia, que nos primeiros anos do cristianismo forneceram as diretrizes para o tratamento da herança literária clássica no mundo cristão, nos ajuda a compreender o que estava em jogo nas escolhas de Anrique Aires Victória e sugere que, na passagem entre Idade Média e Renascimento, mais do que um salto quantitativo na presença do mito, há uma importante mudança qualitativa, captada aqui a partir de conceitos utilizados pelos próprios autores do período (nomeadamente a oposição entre flor e fruto).