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Ensino de filosofia e política: uma abordagem a partir de Hannah Arendt
Tem-se como objetivo avaliar a contribuição de algumas categorias conceituais desenvolvidas pela filósofa política Hannah Arendt para compreender a situação contemporânea da disciplina de filosofia no ensino médio brasileiro. À luz dos conceitos de política, crise da educação, autoridade e espaço público e da análise histórica que relaciona o surgimento da Filosofia com o nascimento da política na polis grega, sugere-se que a disciplina de Filosofia se caracteriza como uma das mediações na escola do mundo pré-político para o mundo político. Parte-se da análise histórica da presença da disciplina no currículo escolar brasileiro até chegar à crítica à Lei nº 13.415/2017 relativa à contrarreforma do ensino médio. Na redação dessa lei, materializa-se a sobreposição de interesses particulares à esfera pública, o que representa a aniquilação do próprio espaço público. Além disso, essa lei torna facultativa a presença Filosofia no currículo escolar. Essa desobrigação reforça a instabilidade histórica de legitimidade da Filosofia na educação básica brasileira, assim como contribui para fragilizar o próprio papel da escola de mediar a passagem do mundo pré-político para o político. Defende-se que, para garantir tanto um espaço no qual os seres humanos possam agir e discursar (lugar próprio para a realização política), quanto um processo adequado de transposição para o mundo político, o ensino de filosofia não deve ser extinguido da educação formal dos indivíduos.