{"title":"“生活中的女孩”:Funabem和街头儿童和青少年的“统治艺术”","authors":"H. Miranda","doi":"10.5965/2175180314362022e0204","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No final da década de 1980, a Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor - Funabem publicava o relatório Meninas da Vida, que objetivava debater o atendimento às meninas em situação de rua. Partindo de uma lógica prescritiva, com o objetivo de circular nacionalmente, o documento trazia recomendações aos chamados educadores sociais que, para a autoria do relatório, eram os agentes responsáveis pelo atendimento sociopedagógicos dessas meninas. Nesse contexto, este artigo tem a finalidade de analisar o discurso das estratégias apresentadas para o atendimento às meninas nesse relatório, problematizando o conceito de “meninas da vida” e das “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua. Destaca-se que esse período foi marcado pela efervescência da redemocratização, do qual emergia o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que questionava as legislações e políticas baseadas na lógica “bem-estar do menor”, trazendo uma proposta pedagógica de reconhecimento dessas meninas como protagonistas de suas histórias. Desse modo, pretende-se colocar em tela como as relações entre a Funabem e o Movimento foram criadas, destacando para além das fissuras, como a questão da menina/mulher passou a ser reconhecida como um problema de política social, haja vista que até o final da década de 1970 a maioria das políticas produzidas pelo Estado foram marcadas pelo “apagamento” da condição da menina-mulher, classificando-as genericamente como “menores”.\nPalavras-chave: menina; rua; Funabem; movimentos sociais.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"48 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Meninas “da Vida”: a Funabem e as “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua\",\"authors\":\"H. Miranda\",\"doi\":\"10.5965/2175180314362022e0204\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"No final da década de 1980, a Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor - Funabem publicava o relatório Meninas da Vida, que objetivava debater o atendimento às meninas em situação de rua. Partindo de uma lógica prescritiva, com o objetivo de circular nacionalmente, o documento trazia recomendações aos chamados educadores sociais que, para a autoria do relatório, eram os agentes responsáveis pelo atendimento sociopedagógicos dessas meninas. Nesse contexto, este artigo tem a finalidade de analisar o discurso das estratégias apresentadas para o atendimento às meninas nesse relatório, problematizando o conceito de “meninas da vida” e das “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua. Destaca-se que esse período foi marcado pela efervescência da redemocratização, do qual emergia o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que questionava as legislações e políticas baseadas na lógica “bem-estar do menor”, trazendo uma proposta pedagógica de reconhecimento dessas meninas como protagonistas de suas histórias. Desse modo, pretende-se colocar em tela como as relações entre a Funabem e o Movimento foram criadas, destacando para além das fissuras, como a questão da menina/mulher passou a ser reconhecida como um problema de política social, haja vista que até o final da década de 1970 a maioria das políticas produzidas pelo Estado foram marcadas pelo “apagamento” da condição da menina-mulher, classificando-as genericamente como “menores”.\\nPalavras-chave: menina; rua; Funabem; movimentos sociais.\",\"PeriodicalId\":21251,\"journal\":{\"name\":\"Revista Tempo e Argumento\",\"volume\":\"48 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-06-24\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Tempo e Argumento\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0204\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Tempo e Argumento","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0204","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
20世纪80年代末,国家儿童福利基金会(Funabem)发表了《生命女孩》(Meninas da Vida)报告,旨在讨论街头女孩的护理问题。从规定的逻辑出发,为了在全国范围内传播,该文件向所谓的社会教育工作者提出了建议,因为报告的作者是负责这些女孩的社会教育服务的代理人。在此背景下,本文旨在分析本报告中为照顾女孩而提出的策略的话语,质疑“生活中的女孩”的概念和街头儿童和青少年的“治理艺术”。值得注意的是,这一时期的标志是民主化的蓬勃发展,由此出现了全国街头男孩和女孩运动,该运动质疑基于“儿童福利”逻辑的法律和政策,提出了一项教育建议,承认这些女孩是她们故事的主角。,打算放到入画,Funabem之间的关系和建立了运动狂热除了破裂的问题,像女孩/女人是不是被认为是一个社会政治问题的,即使是1970年代大多数国家政策举行了“删除”的条件,小姐的分类通常是“未成年人”。关键词:女孩;街;Funabem;的社会运动。
Meninas “da Vida”: a Funabem e as “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua
No final da década de 1980, a Fundação Nacional de Bem-Estar do Menor - Funabem publicava o relatório Meninas da Vida, que objetivava debater o atendimento às meninas em situação de rua. Partindo de uma lógica prescritiva, com o objetivo de circular nacionalmente, o documento trazia recomendações aos chamados educadores sociais que, para a autoria do relatório, eram os agentes responsáveis pelo atendimento sociopedagógicos dessas meninas. Nesse contexto, este artigo tem a finalidade de analisar o discurso das estratégias apresentadas para o atendimento às meninas nesse relatório, problematizando o conceito de “meninas da vida” e das “artes de governar” as crianças e adolescentes em situação de rua. Destaca-se que esse período foi marcado pela efervescência da redemocratização, do qual emergia o Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, que questionava as legislações e políticas baseadas na lógica “bem-estar do menor”, trazendo uma proposta pedagógica de reconhecimento dessas meninas como protagonistas de suas histórias. Desse modo, pretende-se colocar em tela como as relações entre a Funabem e o Movimento foram criadas, destacando para além das fissuras, como a questão da menina/mulher passou a ser reconhecida como um problema de política social, haja vista que até o final da década de 1970 a maioria das políticas produzidas pelo Estado foram marcadas pelo “apagamento” da condição da menina-mulher, classificando-as genericamente como “menores”.
Palavras-chave: menina; rua; Funabem; movimentos sociais.