Ana Beatriz Fernandes Ramos, Pedro Hugo de Sousa Sampaio, S. E. D. Silva, Analice Cavalcante Silva Cavalcante
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A busca foi realizada usando as palavras-chaves: colostrum; breastfeeding; infants; intestinal microbiota. Foram selecionados para esse estudo 10 artigos científicos os quais abrangem os critérios de inclusão propostos nesta revisão. Resultados: O colostro materno é um alimento completo e constitui o principal fator ambiental responsável por modular a microbiota intestinal e proporcionar a maturação e homeostase do SI do RN. Sabe-se que os RN que recebem colostro têm menos enterocolite necrosante e diarreia, mostrando um efeito positivo da sua utilização. O colostro é rico em oligossacarídeos que atuam na microbiota intestinal a partir de três mecanismos: a) funcionam como agentes prebióticos, estimulando o crescimento de bactérias benéficas, principalmente as Bifidobactérias; b) impedem a ligação de toxinas e patógenos aos receptores das células do RN; e c) modulam as células da mucosa, estimulando-as a produzir citocinas com efeito imunoestimulador. Ademais, a concentração de fatores imunológicos no colostro é bem maior comparada ao leite maduro, sendo rico em IgA secretória, fundamental na proteção da mucosa e de citocinas, que reagem a condições inflamatórias. Além disso, apresenta lactoferrina e lisozima, que possuem propriedades antimicrobianas, favorecendo o efeito simbiótico da microbiota intestinal. 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A INFLUÊNCIA DO COLOSTRO NA MICROBIOTA INTESTINAL E HOMEOSTASE IMUNE DO RECÉM-NASCIDO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Introdução: Uma microbiota intestinal saudável é de extrema importância para o crescimento e desenvolvimento do ser humano, principalmente nos primeiros meses de vida. Estudos têm mostrado que a disbiose intestinal contribui para o aparecimento de patologias pediátricas, como obesidade, diabetes mellitus, enterocolite necrosante e doença celíaca. Objetivo: Avaliar a influência do colostro na colonização da microbiota e na homeostase do sistema imunológico (SI) do recém-nascido (RN). Metodologia: Estudo de caráter exploratório, feito através da análise crítica da literatura. Os artigos selecionados foram publicados nos últimos 5 anos e estão presentes nas seguintes bases de dados: BVS, Pubmed e SciELO. A busca foi realizada usando as palavras-chaves: colostrum; breastfeeding; infants; intestinal microbiota. Foram selecionados para esse estudo 10 artigos científicos os quais abrangem os critérios de inclusão propostos nesta revisão. Resultados: O colostro materno é um alimento completo e constitui o principal fator ambiental responsável por modular a microbiota intestinal e proporcionar a maturação e homeostase do SI do RN. Sabe-se que os RN que recebem colostro têm menos enterocolite necrosante e diarreia, mostrando um efeito positivo da sua utilização. O colostro é rico em oligossacarídeos que atuam na microbiota intestinal a partir de três mecanismos: a) funcionam como agentes prebióticos, estimulando o crescimento de bactérias benéficas, principalmente as Bifidobactérias; b) impedem a ligação de toxinas e patógenos aos receptores das células do RN; e c) modulam as células da mucosa, estimulando-as a produzir citocinas com efeito imunoestimulador. Ademais, a concentração de fatores imunológicos no colostro é bem maior comparada ao leite maduro, sendo rico em IgA secretória, fundamental na proteção da mucosa e de citocinas, que reagem a condições inflamatórias. Além disso, apresenta lactoferrina e lisozima, que possuem propriedades antimicrobianas, favorecendo o efeito simbiótico da microbiota intestinal. Conclusão: As funções bactericidas, bacteriostáticas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras desempenhadas pelo colostro influenciam positivamente a microbiota intestinal e o sistema imunológico do RN.